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domingo, 29 de dezembro de 2019

WHAM! - CONHEÇA UM POUCO MAIS DESTA DUPLA BRITÂNICA

WHAM! - lastnightadjsavemylife

Wham! foi uma dupla pop britânica composta por George Michael e Andrew Ridgeley, formada em Londres em 1980. Eles se tornaram um dos artistas pop com maior sucesso comercial da década de 1980, vendendo mais de 30 milhões de discos em todo o mundo de 1982 a 1986.

Influenciado pelo funk e soul music e apresentando-se como uma juventude descontente, o álbum de estréia de Wham, em 1983, Fantastic, abordou o problema do desemprego no Reino Unido e a angústia adolescente em relação à idade adulta.

Seu segundo álbum de estúdio, Make It Big, em 1984, foi um grande sucesso pop mundial, ficando em primeiro lugar no Reino Unido e nos Estados Unidos. 


Associados à Segunda Invasão Britânica dos EUA, dirigida pela MTV, os singles do álbum – "Wake Me Up Before You Go-Go", "Everything She Wants" e "Careless Whisper" – chegaram ao topo da Billboard Hot 100.

Em 1985, Wham fez uma visita de dez dias altamente divulgada à China, a primeira de um grupo pop ocidental. O evento foi visto como um grande momento decisivo no aumento das relações bilaterais amistosas entre a China e o Ocidente.

História

Michael e Ridgeley se conheceram na Bushey Meads School em Bushey perto da cidade de Watford em Hertfordshire. Os dois se apresentaram pela primeira vez em uma banda de ska que durou pouco, chamada The Executive, ao lado de três de seus ex-amigos da escola, David (Austin) Mortimer, Harry Tadayon e Andrew Leaver. Quando o grupo se separou, Michael e Ridgeley então formaram Wham!, assinando com a Innervision Records.

Michael assumiu a maioria das responsabilidades dentro da banda: compositor, produtor, cantor e instrumentista ocasional. Ainda adolescentes, eles se promoveram como jovens hedonistas, orgulhosos de viver uma vida despreocupada sem trabalho ou compromisso. Isso se refletiu nos primeiros singles que, parte paródia, parte crítica social, deram ao Wham! uma reputação de uma "banda de protesto dançante".

A gravação de estreia lançada pela banda foi "Wham Rap! (Enjoy What You Do)" em junho de 1982. Era um duplo A-side, incluindo um "Social Mix" e um "Anti-Social Mix". 


O disco não foi tocado pela BBC Radio 1 no Reino Unido, em parte devido à letra da Anti-Social Mix.

Foram gravados vídeos separados para cada uma das letras. "Wham Rap!" Não entrou nas paradas, mas em outubro de 1982 "Young Guns (Go for It!)" foi lançada. 


Inicialmente, também ficou fora do UK Top 40, mas a banda teve sorte quando o programa da BBC Top of the Pops agendou-os depois que outro ato inesperadamente foi cortado do programa.

George Michael faleceu aos 53 anos, em 25 de dezembro de 2016 em Oxfordshire, Inglaterra.

Discografia

Álbuns de estúdio

Fantastic (1983)

Make It Big (1984)

The Final (coletânea, 1986 - Reino Unido apenas)

Music from the Edge of Heaven (1986 - America do Norte e Japão apenas)

Coletâneas

The Best of Wham!: If You Were There... (1997 - coletânea)

VÍDEOS:

Wham! - Wake Me Up Before You Go-Go (Official Video)

Wham! - Everything She Wants (Official Video)

George Michael - Careless Whisper (Official Video)

Wham! - Last Christmas (Official Video)

Wham! - Freedom (Live from Top of the Pops 1984)

Wham! - The Edge of Heaven (Live from Top of the Pops 1986)

Wham! - I'm Your Man (Directors Cut) [Official Video]

Wham! - Bad Boys (Live from Top of the Pops 1983)

Wham! - Where Did Your Heart Go? (Live from Top of the Pops 1986)

Wham! - Young Guns (Go for It!) (Live from Top of the Pops 1982)

George Michael - Rock in Rio 1991 - 2º Show

FONTE: WIKIPÉDIA

AUTOR GUGUSONGS

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

CÁSSIA ELLER - SAIBA MAIS DESSA GRANDE CANTORA CARIOCA

CÁSSIA ELLER - OBSERVATORIOG.BOL.UOL.COM.BR

Cássia Rejane Eller (Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1962 — Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 2001 foi uma cantora, compositora e multi-instrumentista brasileira. 


Foi uma das maiores representantes do rock brasileiro dos anos 90 e eleita a 18ª maior voz e 40ª maior artista da música brasileira pela revista Rolling Stone Brasil.

Lançou cinco álbuns de estúdio em vida: Cássia Eller (1990), O Marginal (1992), Cássia Eller (1994), Veneno AntiMonotonia (1997) e Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo (1999). 


Seu sexto álbum de estúdio, Dez de Dezembro (2002) foi lançado postumamente. O álbum mais bem sucedido de Cássia foi o Acústico MTV (2001), com mais de 1 milhão de cópias vendidas e um prêmio Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock.

Cássia morreu aos 39 anos em 29 de dezembro de 2001, após um infarto do miocárdio causado por uma malformação de seu coração.

Biografia

Cássia Rejane Eller nasceu em 10 de dezembro de 1962 no Hospital do Exército de Campo Grande no Rio de Janeiro. Filha de Nanci Ribeiro, uma dona de casa, e Altair Eller, um sargento paraquedista do Exército. O nome foi sugerido pela avó, devota de Santa Rita de Cássia.

Aos 4 anos Cássia teve febre reumática e tomou Benzetacil durante 22 anos.

Aos 6 anos mudou-se com a família para Belo Horizonte. Aos 10, foi para Santarém, no Pará. Aos 12 anos, voltou para o Rio. O interesse pela música começou aos 14 anos, quando ganhou um violão de presente. Aprendeu a tocar violão e falar inglês com as músicas dos Beatles.

Aos 18 anos chegou a Brasília, para onde sua família se mudou. Ali, cantou em coral, fez testes para musicais, trabalhou em duas óperas como corista, além de se apresentar como cantora de um grupo de forró.

Também fez parte, durante um ano, do primeiro trio elétrico de Brasília, denominado Massa Real, e tocou surdo em um grupo de samba. Trabalhou em vários bares (como o Bom Demais), cantando e tocando. Despontou no mundo artístico em 1981, ao participar de um espetáculo de Oswaldo Montenegro.

Um ano mais tarde, aos 19 anos, querendo sua liberdade pessoal, foi para Belo Horizonte atrás de um lugar para morar e um emprego, onde conseguiu assim que chegou, e passou a trabalhar como servente de pedreiro. "Fiz massa e assentei tijolos", contava.

Lá, alugou um pequeno quarto, onde ficou vivendo. Na escola, não chegou a terminar o ensino médio, por causa dos shows que fazia, cada dia num turno diferente, não tinha horário para se dedicar ao estudos.

Carreira

Caracterizada pela voz grave e pelo ecletismo musical, interpretou canções de grandes compositores do rock brasileiro, como Cazuza, Renato Russo e Rita Lee, além de artistas da MPB como Marisa Monte, Caetano Veloso e Chico Buarque, passando pelo pop de Nando Reis, rap de Xis e o incomum de Arrigo Barnabé e Wally Salomão, até sambas de Riachão e rocks internacionais de Janis Joplin, Jimi Hendrix, Beatles, John Lennon e Nirvana.

As maiores influências musicais de Cássia eram John Lennon, Paul McCartney e Nina Simone.

Teve uma trajetória musical bastante importante, embora curta, com algo em torno de dez álbuns próprios gravados no decorrer de doze anos de carreira. De fato, somente em 1989 sua carreira decolou. Ajudada por um tio seu, gravou uma fita demo com a canção "Por Enquanto", de Renato Russo.


Este mesmo tio levou a fita à PolyGram, o que resultou na contratação de Cássia pela gravadora. Sua primeira participação em disco foi em 1990, no LP de Wagner Tiso intitulado "Baobab".

O primeiro álbum de Cássia, Cássia Eller foi lançado pela PolyGram em 1990. Em 1992 ela lança o seu segundo álbum, O Marginal. Em 1994 foi lançado o terceiro álbum da cantora, intitulado Cássia Eller, que contava com o hit "Malandragem", uma canção inédita de Cazuza. O quarto álbum da cantora, Veneno AntiMonotonia foi lançado em 1997 como um tributo a Cazuza e conta com regravações de canções do cantor.

Em 1992, Cássia dividiu os vocais com Edson Cordeiro na canção "A Rainha da Noite / I Can't Get No (Satisfaction)", junção da ópera Ária da Rainha da Noite de Mozart com a canção da banda Rolling Stones. A canção foi incluída no álbum auto-intitulado de Edson Cordeiro, lançado em 1992.

Por influência do filho, Chicão, que por volta dos 4 anos de idade disse que a mãe gritava demais e que preferia Marisa Monte, Cássia passou a cantar de uma maneira mais calma. Foi então que Cássia lançou o álbum Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo em 1999, produzido por Nando Reis. Deste álbum saíram os hits "O Segundo Sol" e "Palavras ao Vento".

A mãe de Cássia, Nanci Ribeiro, cantou junto com a filha na faixa "Pedra Gigante" do álbum Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo. "Ela era cantora antes de casar com meu pai. Foi quem me ensinou tudo, cantava Dolores Duran, Maysa. Fiquei emocionada, e ela, super nervosa. Não sabia nem pôr o fone, mas gravou de primeira", disse Cássia sobre a mãe.

Em 13 de janeiro de 2001, Cássia se apresentou no Palco Mundo do festival Rock in Rio para um público de cerca de 200 mil pessoas. Cássia atendeu um pedido do filho Chicão para que ela incluísse a canção "Smells Like Teen Spirit" do Nirvana em seu repertório no festival.

Chicão tocou percussão na música e ganhou seu primeiro cachê: 20 Reais dados pela mãe. Dave Grohl, ex-baterista do Nirvana e vocalista do Foo Fighters elogiou a versão de Cássia. Na mesma noite, Cássia subiu ao palco durante o show do Foo Fighters e deu um abraço em Dave Grohl, que estava comemorando seu aniversário de 32 anos.

Em dezembro de 2002 foi lançado o álbum Dez de Dezembro, primeiro álbum póstumo de Cássia, que incluía faixas inéditas como "No Recreio" e "All Star", sendo a última sobre a amizade de Cássia com Nando Reis.

Cássia Eller sempre teve uma presença de palco bastante intensa, assumia a preferência por álbuns gravados ao vivo e ela era convidada constantemente para participações especiais e interpretações sob encomenda, singulares, personalizadas.

Outra característica importante é o fato de ela ter assumido uma postura de intérprete declarada, tendo composto apenas três das canções que gravou: "Lullaby" (parceria com Márcio Faraco) em seu primeiro disco, Cássia Eller, de 1990 (LP com 60.000 cópias vendidas, sobretudo em razão do sucesso da faixa "Por Enquanto" de Renato Russo); "Eles" (parceria dela com Luiz Pinheiro e Tavinho Fialho), e "O Marginal" (dela com Hermelino Neder, Luiz Pinheiro e Zé Marcos), no segundo disco, O Marginal (1992). Cássia também compôs a canção instrumental "Do Lado do Avesso" (título batizado pelo filho da cantora), que foi lançada em 2012 no CD/DVD póstumo Cássia Eller - Do Lado do Avesso, um registro do show Luz do Solo, gravado em 2001 no antigo ATL Hall no Rio de Janeiro.

A canção "Flor do Sol", composta aos 19 anos em parceria com Simone Saback em Brasília em 1982, foi descoberta 30 anos depois e lançada no iTunes no aniversário de 50 anos de Cássia, em 10 de dezembro de 2012. Os produtores mantiveram o violão e a voz da cantora, anteriormente gravados em cassete, mas adicionaram outros instrumentos, entre eles o filho de Cássia (então com 19 anos) tocando o violão da mãe.

Vida Pessoal

Cássia era assumidamente bissexual. Ela teve um único filho, Francisco Ribeiro Eller (nascido em 28 de agosto de 1993), carinhosamente chamado de Chicão, fruto de um relacionamento casual com um amigo, o baixista Tavinho Fialho, que fazia parte de sua banda. Tavinho era casado, mas desde o princípio Cássia despreocupou-o das responsabilidades.

A gravidez não foi planejada, mas a companheira de Cássia ficou feliz ao saber que ela estava grávida. Tavinho faleceu em um acidente de carro uma semana antes do nascimento do filho. O nome Francisco foi inspirado na canção de mesmo nome de Milton Nascimento, gravada por Cássia no álbum Ioiô de Nelson Faria quando ela estava grávida de oito meses.

Renato Russo compôs a canção "1º de Julho" para Cássia quando ela estava grávida. A canção foi lançada originalmente no álbum Cássia Eller de 1994, e também foi incluída no álbum A Tempestade da Legião Urbana, lançado em 1996.

Cássia e Maria Eugênia ficaram juntas até o fim da vida da cantora. As duas se conheceram em Brasília em 1987, ficaram amigas e se apaixonaram. Em entrevista a revista Marie Claire em outubro de 2001, Cássia disse que gostaria de ter um contrato de casamento legalizado com Maria Eugênia, para poder garantir os direitos dela e do filho Francisco, e caso viesse a acontecer algo com ela, Maria Eugênia ficaria sendo a responsável pela criação de Francisco.

Entretanto, após a morte de Cássia, o pai da cantora, Altair Eller, entrou com um pedido na justiça pela guarda do neto. O caso era inédito no Brasil e Maria Eugênia recebeu o apoio da mãe e dos irmãos de Cássia.

Em janeiro de 2002, pela primeira vez a Justiça brasileira concedeu a uma mulher a guarda provisória do filho de sua companheira. O juiz responsável pelo caso entrevistou Francisco, conferiu seu desempenho escolar, pesou-lhe as preferências afetivas e, à falta de uma legislação brasileira que tratasse especificamente da adoção de crianças por casais homossexuais, optou por confiá-lo a Eugênia.

Em 31 de outubro de 2002, em decisão inédita, a Justiça concedeu à Maria Eugênia a tutela definitiva de Francisco. A tutela foi concedida pelo juiz da 2ª Vara de Órfãos e Sucessões, Luiz Felipe Francisco, depois de um acordo entre Eugênia e o pai de Cássia. O avô abriu mão do pedido de tutela depois que Francisco disse que gostaria de ficar com Maria Eugênia, a quem chama de mãe. Assim como os pais, Chicão também é músico e adotou o nome artístico Chico Chico.

A cantora era torcedora apaixonada do Clube Atlético Mineiro, tendo sido, inclusive, contatada para recebimento do Galo de Prata, honraria concedida aos torcedores ilustres do Clube. Contudo, com sua morte prematura, o troféu acabou sendo entregue, em 2002, a sua mãe, Nanci Eller, que, à época, disse: "no ano passado a Cássia fez um show em Curitiba, e o Levir Culpi mandou uma camisa do Galo para ela, através de seu filho. Todos os instrumentos dela têm o escudo do Atlético. Ela sempre colocava o escudo nas coisas que ganhava. Inclusive há um escudo na porta do estúdio que a Cássia tinha em sua residência".

Últimos meses

2001 foi um ano bastante produtivo para Cássia Eller. Em 13 de janeiro de 2001, apresentou-se no Rock in Rio III, num show em que baião, samba e clássicos da MPB foram cantados em ritmo de rock. Neste dia, o organograma de apresentação foi o seguinte: R.E.M., Foo Fighters, Beck, Barão Vermelho, Fernanda Abreu e Cássia Eller. 190 mil pessoas compareceram a esta apresentação.

Entre maio e dezembro, Cássia Eller fez 95 shows. O que levou a cantora a gravar um DVD, nos moldes de sua preferência - ao vivo: o Acústico MTV, gravado entre 7 e 8 de março, em São Paulo, no qual Cássia contou com o um grupo de alto nível técnico e artístico:

Nando Reis (direção musical/autoria, voz e violão em "Relicário" / voz em "De Esquina" de Xis), os músicos da banda: Luiz Brasil (Direção musical / Cifras / Violões e Bandolim), Walter Villaça (Violões e Bandolim), Fernando Nunes (baixolão), Paulo Calasans (Piano Acústico e Órgão Hammond), João Vianna (Bateria, Surdo, Ganzá, Ralador e Lâmina), Lan Lan (Percussão e Vocal) e Thamyma Brasil (Percussão), os músicos convidados Bernardo Bessler (violino), Iura (Cello), Alberto Continentino (contrabaixo acústico), Cristiano Alves (clarinete e clarone), Dirceu Leite (sax, flauta e clarineta), entre muitos outros. Este álbum foi composto por 17 faixas, acrescidas do Making Of, galeria de fotos, discografia e i.clip.

O álbum vendeu até hoje mais de um milhão de cópias e se tornou o maior sucesso da carreira de Cássia, sendo que até então, apesar das boas vendagens e da experiência, ela não era considerada uma cantora extremamente popular.

No mesmo ano de 2001, ela se apresentaria no Video Music Brasil, da MTV, ao lado de Rita Lee, Roberto de Carvalho e Nando Reis com "Top Top" d'Os Mutantes, presente no seu "Acústico MTV".

No fim do ano, ela se apresentaria na Praça do Ó, na Barra da Tijuca, no Rio, durante os festejos do réveillon. Faleceu dois dias antes, em 29 de dezembro. Foi substituída por Luciana Mello. Em vários pontos do Rio de Janeiro, fez-se um minuto de silêncio durante a homenagem da passagem do ano em memória de Cássia Eller. Vários artistas também prestaram homenagem à cantora em seus shows, na virada do ano.

Morte

Sala Cássia Eller em Brasília, este espaço, aberto em 1977 com o nome Sala Funarte, passou por ampla reforma em 2001, sendo rebatizado no ano seguinte, numa homenagem póstuma à cantora.

Cássia Eller faleceu em 29 de dezembro de 2001, no auge de sua carreira, com apenas 39 anos, na clínica Santa Maria no bairro de Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro após sofrer quatro paradas cárdiacas, em razão de um infarto do miocárdio repentino. A cantora tinha sido internada às 13h e chegou a ficar no CTI (Centro de Terapia Intensiva). Segundo seu empresário, a cantora estava sentindo-se mal e reclamando de enjoos, devido ao excesso de trabalho.

Os sintomas, segundo ele, seriam resultado de estresse provocado por excesso de trabalho. "Ela está trabalhando muito. Em sete meses, fez mais de cem shows", dizia. Foi levantada a hipótese de overdose de drogas, já que Cássia tinha admitido publicamente fazer uso de cocaína. Entretanto, Cássia revelou em entrevista à revista Marie Claire de outubro de 2001 que estava sóbria há dois anos. A suspeita foi considerada inicialmente como causa da morte, porém foi descartada pelos laudos periciais do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro após necropsia.

Os laudos comprovaram que Cássia morreu de infarto, causado por uma malformação de seu coração. Os exames toxicológicos não encontraram resíduos de álcool nem drogas no corpo da cantora. Os exames histopatológicos revelaram que Cássia estava com problemas cardíacos, como uma coronarioesclerose leve (início de formação de trombos de gordura) e uma fibrose miocárdica (cicatrizes resultantes de outras lesões preexistentes).

Cássia foi sepultada no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro Sulacap, na cidade do Rio de Janeiro.

Em 29 de outubro de 2004, o Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com um processo contra os médicos que atenderam Cássia na Casa de Saúde Santa Maria, alegando que o tratamento aplicado pelos médicos fez com que ela tivesse menos chances de sobreviver, sendo assim indiciados por homicídio culposo (sem intenção de matar).

A denúncia foi feita com base no laudo pericial que indicava que a primeira das quatro paradas cardiorrespiratórias teria sido causada pela aplicação indevida do medicamento Plasil, contra-indicado para quem usou drogas ou álcool. Entre as falhas atribuídas aos médicos, o promotor citou o fato de Cássia não ter sido submetida a uma lavagem gástrica para eliminar as substâncias tóxicas, não ter recebido sedativos e ter ingerido substâncias que são contra-indicadas para pacientes com parada cardiorrespiratória. A denúncia também considerou que após a primeira parada cardíaca, os médicos deveriam ter feito diálise ou outro procedimento para impedir a progressão do quadro que levou a cantora ao coma e à morte.

Em 24 de Novembro de 2004, a juíza da 29ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, Maria Tereza Donatti, rejeitou a denúncia do Ministério Público. Segundo a juíza, os promotores se basearam na suposição de que Cássia teria ingerido álcool e cocaína antes de morrer, o que não ficou comprovado pelo exame toxicológico, e que a denúncia teria que se basear em dados extraídos do inquérito policial e não poderia ser fundada em meras conjecturas.

A juíza afirmou ainda que nem as considerações feitas pelas peritas legistas Tânia Donati Paes Rios e Eliani Spinelli, a pedido do MP, dão suporte à acusação. A primeira informou não ser possível apontar com segurança a razão da primeira parada cardíaca sofrida por Cássia. E a segunda, sustentou que Cássia não tinha diversos sintomas típicos de um usuário de estimulante como a cocaína.

Homenagens

Em 2002 foi lançada a biografia "Cássia Eller - Canção na Voz do Fogo", escrita por Beatriz Helena Ramos Amaral.

A biografia "Apenas uma Garotinha - A História de Cássia Eller", escrita pelos jornalistas Eduardo Belo e Ana Cláudia Landi foi publicada em 2005.

Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr. compôs a canção "O Dom, A Inteligência e a Voz" para Cássia Eller a pedido da cantora. Cássia faleceu antes de gravar a música, que foi lançada como homenagem a ela no álbum de 2009 do Charlie Brown Jr., Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva.

Cássia é mencionada na canção "Back In Vânia" de Nando Reis, lançada no álbum Sei de 2012.

"Cássia Eller - O Musical" estreou em 2014 com direção de João Fonseca e Viníciús Arneiro e texto de Patrícia Andrade, e com Tacy de Campos interpretando Cássia. O musical roda o Brasil e continua em cartaz em 2019.

O documentário Cássia Eller dirigido por Paulo Henrique Fontenelle foi lançado em 2015.

Músicas em Trilha Sonora de Novelas

"Partners": tema de Rodrigo (Fábio Assunção) em Pátria Minha de 1994.
"Malandragem": tema de Luiza (Fernanda Rodrigues) na 1ª temporada de Malhação em 1995.
"Socorro": tema de Luiza (Fernanda Rodrigues) e Dado (Cláudio Heinrich) na 2ª temporada de Malhação em 1996.
"Todo o Amor que Houver Nessa Vida": tema de Léo (Rodrigo Santoro) na novela O Amor Está no Ar de 1997.
"Gatas Extraordinárias": tema de Danilo (Alexandre Borges) na novela Laços de Família de 2000.
"A Cuca Te Pega": tema da vilã Cuca no seriado Sítio do Picapau Amarelo de 2001.
"Por Enquanto": tema de Livia e Alexandre (Flávia Alessandra e Leonardo Brício) na novela Porto dos Milagres em 2001.[67] Tema de Estela (Cleo Pires) em Araguaia de 2010. Tema de Tiago e Letícia (Humberto Carrão e Isabella Santoni) em A Lei do Amor de 2016.
"Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band": tema da república dos estudantes em Coração de Estudante de 2002.
"Milagreiro" (com Djavan): tema de Toni (Reynaldo Gianecchini) em Esperança de 2002.
"Toda Vez que Eu Digo Adeus": tema de Olga (Priscila Fantin) em Chocolate com Pimenta de 2003. Tema de Maria Silvia (Alinne Moraes) em Duas Caras de 2007.
"Palavras ao Vento": tema de Preta e Paco (Tais Araújo e Reynaldo Gianecchini) em Da Cor do Pecado de 2004. Tema de abertura de Além do Tempo de 2015.
"Partido Alto": tema de Sandra e Benê (Aparecida Petrowky e Marcello Melo Jr.) em Viver a Vida de 2009. Também foi incluída na novela Verão 90 de 2019.
"Meu Mundo Ficaria Completo (Com Você)": tema de Cazé (Milhem Cortaz) em Chamas da Vida de 2009.
"O Segundo Sol": tema de Nelinha e Zeca (Fernanda Vasconcellos e Thiago Rodrigues) em Tempos Modernos de 2010. Também fez parte da novela Corações Feridos de 2012. Uma versão feat com BaianaSystem foi tema de abertura da novela Segundo Sol de 2018.
"As Coisas Tão Mais Lindas" na novela A Vida da Gente em 2011.
"All Star": tema de Pedro e Júlia (Jayme Matarazzo e Isabelle Drummond) em Sete Vidas de 2015.
"Lanterna dos Afogados" em Sol Nascente de 2016.

Prêmios e indicações

Grammy Latino
Ano Trabalho Categoria Resultado

2000 Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa Indicado
2002 Acústico MTV Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa Venceu
2003 Dez de Dezembro Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa Indicado
MTV Video Music Brasil
Ano Trabalho Categoria Resultado
1995 "Malandragem" Videoclipe de Pop Indicado
1995 "Mr. Scarecrow" (com Herbert Vianna) Videoclipe de Rock Indicado
Prêmio Sharp
Ano Trabalho Categoria Resultado
1991 N/A Revelação Feminina Venceu
1993 N/A Melhor Cantora de Pop/Rock Venceu
1995 N/A Melhor Cantora de Pop/Rock Venceu
1997 Cássia Eller Ao Vivo Melhor Disco de Pop/Rock Venceu
1997 N/A Melhor Cantora de Pop/Rock Indicado
1998 Veneno Antimonotonia Show do Ano Venceu
1998 N/A Melhor Cantora de Pop/Rock Indicado
2002 N/A Melhor Cantora de Pop/Rock Venceu

Prêmio Multishow de Música Brasileira

Ano Trabalho Categoria Resultado

2002 Acústico MTV Melhor CD Venceu
Melhor DVD Indicado
Melhor Show Indicado
2007 Rock in Rio: Cássia Eller Ao Vivo Melhor DVD Indicado
Troféu APCA
Ano Trabalho Categoria Resultado
2001 Acústico MTV Melhor Cantora Venceu
Troféu Imprensa
Ano Trabalho Categoria Resultado
2000 N/A Melhor Cantora Venceu
2002 "Malandragem" Melhor Música Venceu

Discografia

Álbuns de estúdio
Ano Detalhes do álbum Vendas
1990 Cássia Eller
Lançado: Setembro de 1990
Gravadora: PolyGram
60.000
1992 O Marginal
Lançado: Julho de 1992
Gravadora: PolyGram
40.000
1994 Cássia Eller
Lançado: 1994
Gravadora: PolyGram
156.000
1997 Veneno AntiMonotonia
Lançado: 1997
Gravadora: PolyGram
120.000
1999 Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo
Lançado: 1999
Gravadora: PolyGram
300.000
2002 Dez de Dezembro
Lançado: 2002
Gravadora: Universal Music Group
50.000

Álbuns ao vivo
Ano Detalhes do álbum Certificações
Vendas
1996 Cássia Eller Ao Vivo
Lançado: 1996
Gravadora: Som Livre
180.000
1998 Veneno Vivo
Lançado: 1998
Gravadora: PolyGram
100.000[102]
2001 Acústico MTV
Lançado: 2001
Gravadora: Universal Music
PMB: Diamante
1.000.000
2006 Rock in Rio: Cássia Eller Ao Vivo
Lançado: 2006
Gravadora: MZA/Artplan
2012 Do Lado do Avesso
Lançado: 2012
Gravadora: Universal Music
2019 Todo Veneno Vivo
Lançado: 2019
Gravadora: Universal Music
Recompilações
Ano Detalhes do álbum
1997 Minha História
Lançado: 1997
Gravadora: PolyGram
1997 Música Urbana
Lançado: 1997
Gravadora: PolyGram
1998 Millennium
Lançado: 1998
Gravadora: PolyGram
2000 Cássia Rock Eller
Lançado: 2000
Gravadora: Universal Music Group
2001 Sem Limite
Lançado: 2001
Gravadora: Universal Music Group
2002 Série Gold
Lançado: 2002
Gravadora: Universal Music Group
2002 Luau MTV Cássia Eller
Lançado: Fevereiro de 2002
Gravadora: Nenhum
2003 Perfil
Lançado: 2003
Gravadora: Som Livre
2003 Participação Especial
Lançado: 2003
Gravadora: Universal Music Group
2004 A Arte de Cássia Eller
Lançado: 2004
Gravadora: Universal Music Group
2004 I Love MPB
Lançado: 2004
Gravadora: Universal Music Group
2005 Novo Millennium
Lançado: 2005
Gravadora: Universal Music Group
2008 Raridades
Lançado: 2008
Gravadora: Som Livre
2011 Relicário
Lançado: 2011
Gravadora: Universal Music Group

Videografia

Ano Álbum Certificações

2000 Com Você… Meu Mundo Ficaria Completo PMB: Ouro
2001 Acústico MTV PMB: Diamante
2002 Álbum MTV
2006 Rock in Rio: Cássia Eller Ao Vivo
2011 Cássia Eller Ao Vivo - Violões
2012 Do Lado do Avesso
2019 Todo Veneno Vivo


VÍDEOS:

Cássia Eller - Malandragem

Cássia Eller - O segundo sol

Cássia Eller & Nando Reis - Relicário

Cássia Eller - Blues Da Piedade

Cássia Eller - Partido alto

Cássia Eller - Mudaram as Estações MHS

Cássia Eller - Vá morar com o diabo

Cassia Eller - Bem Brasil - Completo

Cássia Eller - Circo Voador 1990 - Show Completo

FONTE: WIKIPÉDIA

AUTOR: GUGUSONGS

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

MARILLION - CONHEÇA MAIS SOBRE ESSA BANDA DE ROCK PROGRESSIVO DO REINO UNIDO

MARILLION - MARCO ROSSI

Marillion é uma banda de rock progressivo formada em 1979. Eles são os expoentes mais populares do sub-gênero conhecido como neo-progressivo. 


A banda foi formada como Silmarillion, inspirada no livro de mesmo nome de J.R.R. Tolkien. Depois de uma alta rotatividade de integrantes nos primeiros anos, Steve Rothery foi o único membro original a permanecer.

O nome do grupo foi encurtado depois de uma ameaça de processo feita pela família de Tolkien em 1980. O grupo lança seu primeiro compacto em 1982, "Market Square Heroes".

Depois do sucesso alcançado, eles lançam seu primeiro álbum em 1983. Até os dias de hoje, já emplacaram 23 hits no UK Singles Chart e, até o ano 2000, já haviam vendido cerca de 14 milhões de álbuns em todo o mundo, tendo ainda feito turnês em vários países e continentes, como América, Europa e Japão.

História

A era Fish

A banda foi formada em 1979, originalmente como Silmarillion, uma referência ao livro de J.R.R. Tolkien Silmarillion. O nome foi encurtado em 1980 após ameaças de ações legais contra a propriedade intelectual do nome criado por Tolkien. 


Os primeiro trabalhos do Marillion continham as letras poéticas e introspectivas de Fish, moldados com arranjos musicais complexos e sutis, refletindo as influências claras da banda com o rock progressivo, especialmente de bandas como Pink Floyd, Genesis, Van der Graaf Generator, Rush e Yes.

Lançaram seu primeiro single em 1982, Market Square Heroes no lado A, e que continha o épico Grendel, de 17min., no lado B. Em 1983 a banda lançou seu primeiro álbum, Script for a Jester's Tear. Apesar do clima sombrio do disco em si, o álbum surpreende pelos instrumentais bem trabalhados e pela intensidade de sua concepção musical. 

Para os fãs de rock progressivo mais aficionados, este foi o melhor álbum. A crítica o considera uma referência para todo o gênero progressivo. O segundo álbum, Fugazi (1984), foi construído sobre o sucesso do primeiro álbum e com uma nítida influência de música eletrônica. Lançaram então em novembro de 1984 seu primeiro álbum ao vivo, Real to Reel.

O terceiro álbum Misplaced Childhood, de 1985, foi o mais bem sucedido comercialmente da banda. O álbum Clutching at Straws (1987) reforçou o apelo mais melódico dos dois discos predecessores e lidou com temas como o excesso, alcoolismo e a vida na estrada, representando a rotina da banda em suas turnês, o que também acabou resultando na saída de Fish da banda, partindo este para a carreira solo. A perda do líder deixou uma grande marca na banda e a projetou para uma sensível mudança de direcionamento e estilo musicais.

Após batalhas legais, o contato entre Fish e os outros quatro membros do Marillion não foi refeito até 1999. Apesar de atualmente estarem em relações cordiais, ambas as partes deixaram claro a impossibilidade em uma reunião da banda nos termos anteriores a 1988.

A banda em concerto, 2007

A era H

Após a divisão, a banda realizou turnê com Steve Hogarth, ex-tecladista e vocalista do The Europeans, preenchendo o lugar de Fish. Hogarth estava em situação complicada, pois a banda já havia gravado alguns demos para o próximo álbum, que se tornaria Seasons End, com Fish nos vocais e suas letras. Hogarth teve que recriar as letras para as canções já existentes juntamente com o autor John Helmer.

A turnê mundial de lançamento do álbum "Seasons End" presenteou os brasileiros com uma grande apresentação da banda na segunda edição do Hollywood Rock, em janeiro de 1990, com shows no Rio de Janeiro e em São Paulo. A expectativa era grande, já que a mudança nos vocais da banda tinha sido recente. Mas, Hogarth não decepcionou e foi uma atração a parte. 

Na música "Incommunicado", por exemplo, a banda adaptou a mesma para que tivesse dois solos de guitarra. No primeiro, o vocalista desligou o microfone sem fio, colocou-o no bolso, e subiu os andaimes de sustentação do palco e, lá de cima, sob os olhares assustados do público e da produção, continuou a interpretação da música. Ele repetiu o procedimento, durante o segundo solo, e quando chegou ao palco, encerrou a música aos gritos de aclamação do público brasileiro. Enquanto isso, os demais membros da banda tocaram seus instrumentos, como se nada tivesse acontecido.

O segundo álbum de Hogarth com a banda, Holidays in Eden, foi o primeiro que ele escreveu em parceria com a banda, e inclui a canção Dry Land, que Hogarth já havia escrito e gravado em projeto anterior com a banda How We Live. Holidays In Eden é considerado por muitos como o álbum mais comercial do Marillion, contendo muitas faixas adequadas ao formato de rádio. 

Entretanto, seu sucessor foi Brave, um extenso e bem amarrado álbum conceitual que exigiu da banda dezoito meses para ser lançado. Ele também marca o início do relacionamento do Marillion com o produtor musical Dave Meegan. Um filme independente baseado no álbum, que contava com a presença da banda, também foi lançado. Enquanto aclamado pela crítica, não obteve sucesso comercial, mas é atualmente considerado um dos melhores álbuns de rock progressivo lançado nos anos 1990.

O próximo álbum, Afraid Of Sunlight, foi lançado às pressas, se tornando o último trabalho da banda com a gravadora EMI. Entretanto, é considerado como um dos álbuns clássicos da banda. Conta com a faixa Out of This World, uma canção sobre Donald Campbell, que morreu enquanto tentava quebrar um recorde de velocidade na água. 

A canção inspirou os esforços para recuperar das águas Campbell e o Bluebird K7, o barco com o qual ele se acidentou. As buscas terminaram com sucesso em 2001, e tanto Steve Hogarth quanto Steve Rothery foram convidados para a ocasião.

Os álbuns e eventos seguintes foram uma tentativa da banda de encontrar seu lugar no mercado da música. This Strange Engine foi lançado em 1997 com pouca divulgação de sua nova gravadora, a Castle Records, e a banda não conseguiu financiamentos para realizar turnês pelos Estados Unidos. Apesar disso, seus fãs norte-americanos conseguiram resolver o problema ao arrecadar $60.000 para trazer a banda ao seu país.

O décimo álbum da banda, Radiation, mostrou a banda usando uma abordagem drasticamente diferente para se tornar mais moderna e refletir as influências de bandas alternativas como Radiohead, tendo sido recebido pelos fãs com reações diversas. O álbum Marillion.com foi lançado no ano seguinte e mostrou progresso da banda nessa nova direção. 

A banda, ainda insatisfeita com sua situação perante as gravadoras, decidiu tentar arrecadar fundos para a gravação de seu próximo álbum através dos fãs ao aceitar pré-compras antes mesmo do álbum ter sido lançado. A resposta foi bastante positiva, e eles conseguiram arrecadar mais fundos que o próprio custo da produção para gravar e lançar Anoraknophobia em 2001. O Marillion conseguiu desfazer um contrato com a EMI para auxiliar na distribuição dos álbuns, permitindo à banda todos os direitos autorais de sua música.

O sucesso de Anoraknophobia permitiu aos cinco a gravação de outro álbum, mas a banda decidiu utilizar novamente seus fãs para ajudar na arrecadação de dinheiro através de promoções do novo álbum. Novamente a resposta do público foi bem sucedida, e Marbles foi lançado em 2004, com uma versão dupla disponível somente através da página oficial da banda. 

A banda lançou os singles You're Gone e Don't Hurt Yourself, ambos tendo alcançado as paradas britânicas. O Marillion continuou em turnê durante o ano de 2005, tocando em vários festivais e embarcando em turnês acústicas pela Europa e Estados Unidos. Um novo DVD foi lançado em fevereiro de 2006, um documentário sobre a criação, promoção, lançamento e as turnês do seu álbum Marbles.

Em abril de 2007 o Marillion lança, novamente de maneira independente, seu décimo quarto disco, Somewhere Else, que foi recebido com críticas diversas, apesar de conseguir atingir pela primeira vez em anos o Top 30 da venda de álbuns no Reino Unido. A banda também entra em turnê pela Europa nesse ano para divulgar o álbum.

Em 2008, é lançado Happiness is the Road, décimo quinto álbum de inéditas, constituído de dois discos: Essence (um álbum conceitual que versa sobre o sentido da vida) e The Hard Shoulder (disco de faixas independentes). O álbum é descrito pela banda como uma mistura entre rock progressivo, dub, soul e pop, com influência de artistas como Pink Floyd, Traffic, David Bowie, dentre outros. Mais uma vez, a banda entra em turnê pela Europa.

Em 2009, a banda resolve retrabalhar de forma acústica algumas de suas músicas já existentes, resultando no disco Less is More, que possui apenas uma faixa inédita: It is not your Fault.

Depois de três anos, em 2012, o Marillion lança seu décimo sexto álbum de inéditas, Sounds that can't be made, mais uma vez de forma independente. O álbum contém a faixa Gaza, considerada por alguns membros da banda como a mais polêmica de sua história, por abordar o delicado assunto dos conflitos na Faixa de Gaza, no Oriente Médio, entre palestinos e israelenses. Para promover o álbum, o quinteto faz sua maior tour desde 1997, passando pela Europa, América do Norte e América do Sul.

Em 2016, o tecladista Mark Kelly foi escalado para participar do novo álbum do Ayreon, The Source.

A banda em concerto em Paris, 2005

Integrantes

Atuais

Steve Hogarth (vulgo "H") - vocal
Steve Rothery - guitarra e violão
Pete Trewavas - contrabaixo e vocal de apoio
Mark Kelly - teclados
Ian Mosley - bateria

Antigos

Fish - vocais (até 1988)
Mick Pointer - bateria (até 1983)

Discografia

Álbuns de estúdio

Script for a Jester's Tear (1983)
Fugazi (1984)
Misplaced Childhood (1985)
Clutching at Straws (1987)
Seasons End (1989)
Holidays in Eden (1991)
Brave (1994)
Afraid of Sunlight (1995)
This Strange Engine (1997)
Radiation (1998)
marillion.com (1999)
Anoraknophobia (2001)
Marbles (2004)
Somewhere Else (2007)
Happiness Is the Road (2008)
Less Is More (2009)
Sounds That Can't be Made (2012)
Fear (2016)

Compilações

Brief Encounter (Estados Unidos, 1986)
B'Sides Themselves (1988)
From Stoke Row To Ipanema (1990)
A Singles Collection (1992) (também conhecido como Six of One, Half Dozen of the Other)
Marillion Music Collection (Itália, 1993)
Kayleigh (Países Baixos, 1996)
Essential Collection (Reino Unido, 1996)
The Best of Marillion (Rússia, 1996)
The Best of Both Worlds (1997)
Real to Reel and Brief Encounter (1997)
Kayleigh- (Reino Unido, 1998)
The Singles '82-88' (2000)
Crash Course (2001, atualizado após o lançamento de cada um dos álbuns posteriores)
The Singles '89-95' (2002)
Warm Wet Circles (Países Baixos, 2003)
The Best of Marillion (Europa Continental, 2003)

Álbuns ao vivo

Real to Reel (1984)
The Thieving Magpie (álbum duplo, 1988)
Made Again (1996)
Anorak in the UK (álbum duplo, 2002)
Popular Music (álbum duplo, 2005)
Marbles Live (2005)
Marbles by the Sea (2006)
Mirrors (2006)
Family (2007)
Friends (2007)
Somewhere In London (2007)
Early Stages: The Official Bootlegs 1982-1987 (2008)
2009 - Recital Of The Script
2009 - Live From Loreley
2009 - Happiness Is Cologne
2010 - High Voltage
2010 - The Official Bootleg Box Set Vol. 2
2010 - Tumbling Down The Years
2010 - Size Matters
2010 - Live In Montréal // Saturday
2010 - Live In Montréal // Sunday
2011 - Live In Montréal // Friday
2011 - Holidays In Eden Live
2011 - Live From Cadogan Hall
2011 - Afraid Of Sunlight Live
2011 - This Strange Engine Live
2011 - Seasons End Live
2012 - A-Z Live 2011
2012 - Sounds Live
2012 - The Glow Must Go On
2013 - locks Already Ticking
2013 - Brave Live 2013
2014 - Live At The Forum
2014 - Sunday Night Above The Rain
2015 - A Monstrously Festive(Al) Christmas
2016 - Waves And Numb3rs
2016 - Marbles In The Park
2016 - Singles Night
2017 - The Gold - Best Of Convention 2017
2018 - All One Tonight - Live At The Royal Albert Hall
Sounds Live (2012)

Videografia

Recital of the Script (1983, re-lançado em DVD em 2003)
Grendel/The Web EP (1984)
1982-1986 The Videos (1986)
Sugar Mice/Incommunicado (1987)
Live from Loreley (1987, re-lançado em DVD em 2004)
From Stoke Row To Ipanema ('A Year in the Life...') (1990, re-lançado em DVD em 2003)
Six of one half a dozen the others (1992)
A Singles Collection (1992)
Brave, the Movie (1995, re-lançado em DVD em 2004)
Shot in the Dark (2000, re-lançado em DVD em 2002)
The EMI Singles Collection (DVD) (2002)
Brave Live 2002 (DVD) (2002)
A Piss-Up in a Brewery (DVD) (2002)
Before First Light (DVD) (2003)
Christmas in the Chapel (DVD, 2003)
Marbles on the Road (2 DVDs, 2004)
Wish You Were Here (4 DVDs, 2005)
Colours and Sound (2 DVDs, 2006)
Bootleg Butlins (DVD, 2007)
Somewhere in London (2 DVDs, 2007)
This Strange Convention (2 DVDs, 2009)
Out of Season (3 DVDs, 2010)
Live from Cadogan Hall (2 DVDs/1 disco Blu-ray, 2010)
M Tube (DVD, 2010)
Live in Montreal (3 DVDs, 2011)
Holidays in Zelande (5 DVDs/3 discos Blu-ray, 2011 e 2012)

VÍDEOS:

Marillion - Kayleigh (Extended Versión) (1985) HD

Marillion "White Paper" (Live) - from "All One Tonight (Live At The Royal Albert Hall)"

Marillion - Beautiful

Marillion - en Vivo en Chile - 1997

FONTE: WIKIPÉDIA

AUTOR: GUGUSONGS

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

BREAD - SAIBA MAIS DESSA BANDA NORTE-AMERICANA DE ROCK E FOLK

BREAD - SPOTIFY

Bread foi uma banda norte-americana de rock e folk, formada em 1968, em Los Angeles, na Califórnia, tendo sido bastante popular no início da década de 1970.

Biografia

O Bread foi formado originalmente em 1968, a partir do encontro entre David Gates e Jimmy Griffin. Acrescidos da presença de Robb Royer, o grupo começou a tocar nos bares de Los Angeles, foi contratado pela gravadora Warner/Elektra - inicialmente apenas para ser uma banda de estúdio. O baterista Mike Botts se juntou a eles em seguida.

O primeiro single da banda, "Make It with You", alcançou o primeiro lugar da parada norte-americana da Billboard, em 1970. O sucesso inesperado com o álbum "Bread", de 1969, fez com que a banda começasse a realizar apresentações ao vivo pelos Estados Unidos.

O soft-rock de fácil assimilação conquistou as paradas norte-americanas, com destaque para "If", "Everything I Own", "Baby I'm-A Want You", "Guitar Man, "Diary" e "Aubrey". Ao mesmo tempo, criou-se um conflituoso choque de egos entre seus componentes Gates e Griffin. A banda iria acabar em 1973.

Três anos mais tarde, reencontraram-se para lançar um último trabalho, "Lost Without Your Love", muito bem recebido pela crítica e público.

Discografia

Ano Título Selo

1969 Bread Elektra

1970 On the Waters Elektra

1971 Manna Elektra

1972 Baby I'm-a Want You Elektra

1972 Guitar Man Elektra

1973 The Best of Bread Elektra

1974 The Best of Bread, Vol. II Elektra

1977 Lost Without Your Love Elektra

1982 The Sound of Bread K-tel

1985 Anthology of Bread Elektra

1996 Retrospective Elektra

2002 Make It With You and Other Hits Flashback

2006 The Definitive Collection Elektra/Rhino

Singles

Date Title US UK[1] AUS[2] CAN[3] Miscellaneous

July, 1969

Dismal Day

Debut single. Did not chart.

October, 1969

Could I

A Griffin/Royer composition; only Bread A-side not written by David Gates. Did not chart.

June 13, 1970

"Make It with You"

1

[4]

5

[5]

7

2

Certified Gold

September 26, 1970

"It Don't Matter to Me"

10

[4]

29

6

New 1970 version, different from 1969 album cut.

January 2, 1971

"Let Your Love Go"

28

[4]

34

March 27, 1971

"If"

4

[4]

41

6

Hit No. 1 on the Billboard Easy Listening chart in its original form and in the UK in 1975 when covered by Telly Savalas.

July 17, 1971

"Mother Freedom"

37

[4]

October 23, 1971

"Baby I'm-a Want You"

3

[4]

14

[6]

8

5

Hit No. 1 on the Billboard Easy Listening chart. It was also Certified Gold.

January 29, 1972

"Everything I Own"

5

[4]

32

[7]

12

5

#1 in the UK when recorded by Ken Boothe in 1974, #93 when recorded by Crystal Gayle in 1983, and No. 1 when recorded by Boy George.

April 22, 1972

"Diary"

15

[4]

26

12

July 29, 1972

"The Guitar Man"

11

[4]

16

[8]

22

6

Hit No. 1 on the Billboard Easy Listening chart in its original form

November 11, 1972

"Sweet Surrender"

15

[4]

67

4

Hit No. 1 in the Easy Listening (Adult Contemporary) chart of January 6, 1973.

February 3, 1973

"Aubrey"

15

[4]

41

November 27, 1976

"Lost Without Your Love"

9

[4]

27

[9]

19

8

April 16, 1977

"Hooked On You"

60

[4]

Principais canções Lançamento Nome

Billboard

Julho de 1970 "Make It With You" #1

Outubro de 1970 "It Don't Matter to Me" #10

Janeiro de 1971 "Let Your Love Go" #28

Abril de 1971 "If" #4

Agosto de 1971 "Mother Freedom" #37

Novembro de 1971 "Baby I'm-a Want You" #3

Fevereiro de 1972 "Everything I Own" #5

Maio de 1972 "Diary" #15

Agosto de 1972 "The Guitar Man" #11

Novembro de 1972 "Sweet Surrender" #15

Fevereiro de 1973 "Aubrey" #15

Dezembro de 1976 "Lost Without Your Love"#9

VÍDEOS:

Bread - Make It With You

If - Bread

Bread - Guitar Man (1972)

BREAD - Everything I Own (1972)

Bread Greatest Hits The Best of Bread Best Songs Of Bread

FONTE: WIKIPÉDIA

AUTOR: GUGUSONGS

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

THE ALAN PARSONS PROJECT - SAIBA UM POUCO MAIS DESSE GRUPO DE ROCK PROGRESSIVO INGLÊS

THE ALAN PARSONS PROJECT - EL BUS MAS ROCK

The Alan Parsons Project foi um grupo de rock progressivo inglês formado nos fins dos anos 70 e início dos anos 80 e foi fundado por Alan Parsons e Eric Woolfson.

Muitos dos seus títulos, especialmente os primeiros, partilham traços comuns com The Dark Side of the Moon dos Pink Floyd, talvez influenciado pela participação de Alan Parsons como engenheiro de som na produção deste álbum em 1973. 


Eram álbuns conceituais que começavam com uma introdução instrumental esvanecendo-se na primeira canção, uma peça instrumental no meio do segundo lado do LP e terminavam com uma canção calma, melancólica e poderosa. No entanto, a introdução instrumental só foi realizada até 1980 - a partir desse ano, nenhum álbum exceto "Eye in the Sky" possuiu uma.

O grupo era bastante incomum na continuidade dos seus membros. Em particular, as vocalizações principais pareciam alternar entre Woolfson (principalmente nas canções lentas e melancólicas) e uma grande variedade de vocalistas convidados escolhidos devido às suas características para interpretar determinado tema.

Mesmo assim, muitos sentem que o verdadeiro cerne do projeto consistia exclusivamente em Alan Parsons e Eric Woolfson. Eric Woolfson era um advogado, por profissão, mas também uma compositor clássico treinado e pianista. Alan Parsons era um produtor musical de grande sucesso. Ambos trabalharam juntos para conceber canções notáveis e com uma fidelidade impecável.

Andrew Powell (compositor e organizador de música de orquestra durante a vida do projeto), Ian Bairnson (guitarrista) e Richard Cottle (sintetizador e saxofonista) também tornaram-se partes integrais do som do projeto. Powell é também creditado por ter composto uma banda sonora ao estilo do projeto para o filme Feitiço de Áquila (Ladyhawke em inglês) de Richard Donner.

Discografia

1975 Tales of Mystery and Imagination, Edgar Allan Poe - Baseado em histórias do escritor Edgar Allan Poe. A posterior reedição em CD (1987) tinha uma introdução falada por Orson Welles.

1977 I Robot, É o título da obra de Isaac Asimov. Muitas das canções deste álbum são baseadas em novelas deste escritor. O álbum é chamado de "uma visão do amanhã através dos olhos de hoje".

1978 Pyramid, O Antigo Egipto emerge repetidamente, o álbum é chamado de "uma visão do ontem através dos olhos de hoje".

1979 Eve, Acerca donpapel mulheres na sociedade e da religião.

1980 The Turn of a Friendly Card, Acerca do jogo. Há também muitas referências a era medieval.

1982 Eye in the Sky, Acerca da Vida e do Universo, contém o seu single mais famoso, "Eye in the Sky". "Sirius", uma faixa instrumental que imediatamente precede "Eye in the Sky" no álbum, é frequentemente utilizada como canção de entrada por equipes desportivas americanas; é provavelmente mais conhecida pelo seu uso pelos Chicago Bulls durante a era Michael Jordan. "Eye in the Sky" é também o título de uma novela de Philip K. Dick.

1984 Ammonia Avenue, Este é o seu álbum melhor sucedido comercialmente. Mostra coisas da vida urbana.

1984 Vulture Culture, Uma crítica ao consumismo e, em particular, à cultura popular americana.

1985 Stereotomy, Os pontos de vista de personagens com diferentes doenças mentais.

1987 Gaudi, Acerca do arquiteto Antoni Gaudí e o seu trabalho mais famoso, La Sagrada Familia.

1990 Freudiana, Acerca do trabalho do psicanalista Sigmund Freud feito de forma conceptual para uma peça de teatro com o mesmo nome, atribuído como primeiro album creditado a Erick Woolfson e o décimo primeiro do The Alan Parsons Project.

2014 The Sicilian Defence, Último álbum da banda, préviamente não lançado. Dez faixas instrumentais gravadas com base nas partituras deixadas.

Após estes álbuns, Parsons lançou outros títulos sob o seu nome, enquanto que Woolfson fez um último álbum conceptual chamado Freudiana (acerca do trabalho de Sigmund Freud na Psicologia).

Embora a versão de estúdio de Freudiana tenha sido produzida por Alan Parsons, foi principalmente de Eric Woolfson a ideia de convertê-lo num musical. Isso acabou levando à separação dos dois artistas. 

Enquanto que Alan Parsons seguiu uma carreira solo (levando muitos membros do Projeto para a estrada, pela primeira vez numa turnê mundial de sucesso), Eric Woolfson foi produzir musicais influenciados pela música do Projeto. Freudiana e Gambler foram dois musicais que continham êxitos da banda como "Eye in the Sky", "Time", "Inside Looking Out" e "Limelight".

1993 Try Anything Once.

1996 On Air.

1999 The Time Machine.

2004 A Valid Path.

Membros

Alan Parsons, tecladista, produtor, engenheiro;

Eric Woolfson, tecladista, produtor executivo;

Andrew Powell, tecladista, arranjo para orquestra;

Tom Brooks, tecladista, arranjador;

Ian Bairnson, guitarrista

Baixo: David Paton (1975-1985); Laurie Cottle (1985-1987)

Bateria, Percussão: Stuart Tosh (1975-1977); Stuart Elliott (1977-1987)

Saxofone, Teclado: Mel Collins (1980-1984); Richard Cottle (1984-1987)

Vocais: Eric Woolfson, Lenny Zakatek, John Miles, Chris Rainbow, Colin Blunstone, David Paton, P. J. Olsson, e muitos outros

VÍDEOS:

The Alan Parsons Project- Eye in the Sky

The Alan Parsons Project - Don't Answer Me (Official Video)

The Alan Parsons Project - SIRIUS

Alan Parsons - "As Lights Fall" (Official Music Video)

Alan Parsons Project - Lucifer

The Alan Parsons Project - I Wouldn't Want to be Like You

Alan Parsons Symphonic Project (Live in Colombia) Medellín 2013

FONTE: WIKIPÉDIA

AUTOR: GUGUSONGS

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

JOHN LENNON - SAIBA TUDO SOBRE ESSE GÊNIO DA MÚSICA QUE FUNDOU OS BEATLES

JOHN LENNON - CIFRA CLUB

John Winston Ono Lennon MBE (Liverpool, 9 de outubro de 1940 – Nova Iorque, 8 de dezembro de 1980) foi um cantor, compositor e ativista da paz britânico que co-fundou os Beatles, a banda de maior sucesso comercial na história da música popular. Sua parceria de composição com o colega de banda Paul McCartney foi uma das mais célebres da história da música.

Juntamente com George Harrison e Ringo Starr, o grupo alcançou fama mundial durante a década de 1960. Em 1969, Lennon começou a Plastic Ono Band com sua segunda esposa, Yoko Ono, e continuou a seguir carreira solo após a separação dos Beatles em abril de 1970.

Nascido em Liverpool, ele se envolveu na moda skiffle quando adolescente. Em 1956, formou sua primeira banda, The Quarrymen, que evoluiu para The Beatles em 1960. Além dos singles da Plastic Ono Band, como "Give Peace a Chance" e "Instant Karma!", Lennon produziu álbuns como John Lennon/Plastic Ono Band e Imagine, e canções como "Working Class Hero", "Imagine" e "Happy Xmas (War Is Over)".

Depois de se mudar para Nova Iorque em 1971, nunca mais voltou à Inglaterra. Em 1975, ele se desligou da indústria da música para criar seu filho recém-nascido Sean, mas ressurgiu com Ono em 1980 com o álbum Double Fantasy. Ele foi baleado e morto na frente de seu prédio em Manhattan três semanas após o lançamento do álbum.

Lennon revelou uma natureza rebelde e sagaz em sua música, escrita, desenhos, em filme e em entrevistas. Causava polêmica por conta de seu ativismo político e pacifista.

A partir de 1971, suas críticas à Guerra do Vietnã resultaram em uma tentativa de três anos do governo Nixon de deportá-lo. Algumas de suas canções foram adotadas como hinos pelo movimento anti-guerra e pela contracultura da época.

Em 2018, as vendas de álbuns solo de Lennon já haviam ultrapassado 72 milhões de unidades ao redor do mundo. Ele teve 25 singles número um na Billboard Hot 100 dos EUA como compositor, co-compositor ou intérprete. 


Em 2002, foi eleito o oitavo em uma pesquisa da BBC dos 100 maiores britânicos e, em 2008, a Rolling Stone o classificou como o quinto maior cantor de todos os tempos.

Em 1987, foi postumamente introduzido no Songwriters Hall of Fame. Lennon foi duas vezes postumamente introduzido no Rock and Roll Hall of Fame: primeiro em 1988 como membro dos Beatles e novamente em 1994 como artista solo.

1940–1956: Primeiros anos

 casa de Lennon na 251 Avenida Menlove

John nasceu em 9 de outubro de 1940 no Liverpool Maternity Hospital, filho de Julia Stanley (1914–1958) e Alfred Lennon (1912–1976). Alfred era um comerciante marinheiro de ascendência irlandesa que estava ausente no momento do nascimento de seu filho.

Seus pais o nomearam John Winston Lennon em homenagem ao seu avô paterno, John "Jack" Lennon, e ao primeiro-ministro Winston Churchill. Seu pai costumava ficar longe de casa, mas enviava regularmente cheques de pagamento para a 9 Newcastle Road, Liverpool, onde Lennon morava com a mãe; os cheques pararam quando ele desertou em fevereiro de 1944.

Quando chegou em casa seis meses depois, se ofereceu para cuidar da família, mas Julia, então grávida de outro homem, rejeitou a ideia. Depois que sua irmã Mimi reclamou duas vezes ao Serviço Social de Liverpool, Julia lhe deu a custódia de Lennon. Em julho de 1946, o pai de Lennon a visitou e levou seu filho para Blackpool, secretamente com a intenção de emigrar para a Nova Zelândia com ele.



Julia seguiu-os – com o seu parceiro na altura, Bobby Dykins – e depois de uma discussão acalorada, o pai o forçou a escolher com qual queria ficar. Em um relato desse incidente, Lennon escolheu duas vezes seu pai, mas quando sua mãe se afastou, ele começou a chorar e a seguiu.

De acordo com o autor Mark Lewisohn, no entanto, os pais de Lennon concordaram que Julia deveria levá-lo e dar-lhe uma casa. Uma testemunha que estava lá naquele dia, Billy Hall, disse que o retrato dramático de um jovem John sendo forçado a tomar uma decisão entre seus pais é impreciso. Lennon não teve mais contato com Alf por quase 20 anos.


Durante o resto de sua infância e adolescência, Lennon morou em Mendips, na avenida Menlove, em Woolton, com Mimi e seu marido, George Toogood Smith, que não tinham filhos. Sua tia comprou volumes de contos para ele, e seu tio, um leiteiro na fazenda de sua família, comprou-lhe uma gaita de boca e o envolveu na solução de palavras cruzadas.

Julia visitava Mendips regularmente, e quando John tinha 11 anos, ele a visitava frequentemente em 1 Blomfield Road, Liverpool, onde ela tocava para ele discos de Elvis Presley, ensinava-lhe o banjo e mostrava a ele como tocar "Ain't That a Shame" de Fats Domino. Em setembro de 1980, Lennon comentou sobre sua família e sua natureza rebelde:

Uma parte de mim gostaria de ser aceita por todas as facetas da sociedade e não ser este poeta/músico lunático barulhento. Mas eu não posso ser o que eu não sou ... Eu era o único que todos os outros pais dos meninos – incluindo o pai de Paul – diziam, "Fique longe dele" ... Os pais instintivamente reconheceram que eu era um encrenqueiro, o que significava que eu não me conformava e influenciava seus filhos, o que eu fazia.

Eu fiz o meu melhor para perturbar a casa de todos os amigos ... Em parte por inveja que eu não tinha essa suposta casa ... mas eu fiz ... Havia cinco mulheres que eram da minha família. Cinco mulheres fortes, inteligentes e bonitas, cinco irmãs.

Uma acabou sendo minha mãe. Ela simplesmente não conseguia lidar com a vida. Era a mais nova e tinha um marido que fugiu para o mar e a guerra estava acontecendo e ela não conseguia lidar comigo e acabei morando com a sua irmã mais velha. Agora aquelas mulheres eram fantásticas ... E essa foi a minha primeira educação feminista ... Eu me infiltraria nas mentes dos outros garotos. Eu poderia dizer: "Os pais não são deuses porque eu não vivo com os meus e, portanto, eu sei".

Ele visitava regularmente seu primo, Stanley Parkes, que morava em Fleetwood e o levava a passeios nos cinemas locais. Durante as férias escolares, Parkes costumava visitar Lennon com Leila Harvey, outra prima, e o trio frequentemente viajava para Blackpool duas ou três vezes por semana para assistir a shows. Eles visitavam o Blackpool Tower Circus e viam artistas como Dickie Valentine, Arthur Askey, Max Bygraves e Joe Loss, com Parkes lembrando que Lennon gostava particularmente de George Formby.

Depois que a família de Parkes se mudou para a Escócia, os três primos costumavam passar as férias escolares juntos. Parkes lembrou: "John, a prima Leila e eu éramos muito próximos. De Edimburgo, iríamos de carro até a casa da família em Durness, que era da época em que John tinha nove anos de idade até os seus 16 anos." O tio de John, George, morreu de hemorragia hepática em 5 de junho de 1955, aos 52 anos.

Lennon foi criado como anglicano e frequentou a Escola Primária de Dovedale. Depois de passar no exame Eleven-Plus, ele frequentou o Quarry Bank High School em Liverpool, de setembro de 1952 a 1957, período em que foi descrito por Harvey como um "rapaz alegre, bem-humorado, tranquilo e animado". Ele frequentemente desenhava charges cômicas que apareciam em sua própria revista escolar chamada Daily Howl.

Em 1956, Julia comprou para John sua primeira guitarra. O instrumento era um Gallotone Champion acústico barato para o qual ela emprestou a seu filho cinco libras e dez xelins com a condição de que a guitarra fosse entregue em sua própria casa e não na de Mimi, sabendo que sua irmã não apoiava as aspirações musicais de seu filho.

Mimi era cética em relação à alegação de que ele seria famoso um dia, e esperava que ele se cansasse da música, muitas vezes dizendo a ele: "Nada de errado com o violão, John, mas você nunca vai ganhar a vida com isso." Em 15 de julho de 1958, a mãe de Lennon foi atingida e morta por um carro enquanto caminhava depois de visitar a casa dos Smiths.

Lennon falhou em seus exames finais e somente foi aceito no Liverpool College of Art depois que sua tia e seu diretor intervieram. Na faculdade ele começou a usar roupas na moda Teddy Boy e foi ameaçado de expulsão por seu comportamento.

Na descrição de Cynthia Powell, colega de Lennon, e posteriormente sua primeira esposa, ele foi "expulso da faculdade antes de seu último ano".

1956–1970: Dos Quarrymen aos Beatles

1956–1966: Formação, sucesso comercial e anos de turnê

Paul McCartney, George Harrison e Lennon, 1964

Aos 15 anos Lennon formou um grupo de skiffle chamado the Quarrymen. Fora assim batizado, em setembro de 1956 quando foi criado, em homenagem ao Quarry Bank High School. No verão de 1957 os Quarrymen tocaram um "conjunto de músicas espirituosas", composto em parte por skiffle e em parte por rock and roll.

Lennon conheceu Paul McCartney na segunda apresentação do Quarrymen, que foi realizada em Woolton no dia 6 de julho na festa de jardim da Igreja de São Pedro. Ele então pediu a McCartney para se juntar à banda.

McCartney disse que a tia Mimi "estava muito ciente de que os amigos de John eram de classe baixa", e frequentemente dava dinheiro a ele quando chegava para visitar Lennon. De acordo com o irmão de McCartney, Mike, o pai deles desaprovou Lennon da mesma forma, declarando que Lennon colocaria seu filho "em apuros".

O pai de McCartney, no entanto, permitiu que a banda iniciante ensaiasse na casa da família na 20 Forthlin Road. Durante esse período, Lennon escreveu sua primeira música, "Hello Little Girl", que se tornou o hit top 10 do Reino Unido quando gravada pelo grupo The Fourmost em 1963.

McCartney recomendou seu amigo George Harrison para ser o guitarrista principal. Lennon achava que Harrison, então com 14 anos, era jovem demais. McCartney projetou uma audição no andar superior de um ônibus em Liverpool, onde Harrison tocou "Raunchy" para Lennon e foi convidado a participar do grupo.

Stuart Sutcliffe, amigo de Lennon da escola de arte, mais tarde se juntou como baixista. Lennon, McCartney, Harrison e Sutcliffe se tornaram "The Beatles" no início de 1960. Em agosto daquele ano, os Beatles foram contratados para uma turnê de 48 noites em Hamburgo, na Alemanha Ocidental, e precisavam rapidamente de um baterista.

Eles convidaram Pete Best para se juntar ao grupo. A tia de Lennon, horrorizada quando ele contou a ela sobre a viagem, implorou que ele continuasse seus estudos de arte. Após a primeira turnê em Hamburgo, a banda aceitou outra em abril de 1961 e uma terceira em abril de 1962.

Tal como acontece com os outros membros da banda, Lennon foi apresentado ao Preludin, enquanto em Hamburgo, e tomava regularmente a droga como estimulante durante suas longas performances à noite.


Lennon em 1964

Brian Epstein gerenciou os Beatles de 1962 até sua morte em 1967. Ele não tinha experiência anterior no gerenciamento de artistas, mas teve uma forte influência no código de vestuário e na atitude do grupo no palco.

Lennon inicialmente resistiu às suas tentativas de encorajar a banda a apresentar uma aparência profissional, mas finalmente concordou, dizendo: "Eu uso qualquer coisa se alguém me pagar". McCartney assumiu o baixo depois que Sutcliffe decidiu ficar em Hamburgo, e Best foi substituído pelo baterista Ringo Starr; isso completou a formação que permaneceria até a separação do grupo em 1970.

O primeiro single da banda, "Love Me Do", foi lançado em outubro de 1962 e alcançou o 17º lugar nas paradas britânicas. Eles gravaram seu álbum de estréia, Please Please Me, em menos de 10 horas em 11 de fevereiro de 1963, um dia em que Lennon estava sofrendo os efeitos de um resfriado, que é evidente no vocal na última música a ser gravada naquele dia, "Twist and Shout".

A parceria de composição entre Lennon e McCartney rendeu oito de suas quatorze faixas. Com poucas exceções, sendo uma delas a própria faixa-título do álbum, Lennon ainda tinha que trazer seu amor pelo jogo de palavras nas letras de suas canções, dizendo: "Nós estávamos apenas escrevendo canções ... canções pop sem pensar nelas mais do que isso – para criar um som. E as palavras eram quase irrelevantes".

Em uma entrevista de 1987, McCartney disse que os outros Beatles idolatravam Lennon: "Ele era como o nosso próprio pequeno Elvis ... Todos nós olhávamos para John. Ele era mais o velho e o líder; era o mais esperto e inteligente."

Lennon (direita) tocando em 1964 no auge da Beatlemania

Os Beatles alcançaram sucesso no Reino Unido no início de 1963. Lennon estava em turnê quando seu primeiro filho, Julian, nasceu em abril. Durante a apresentação do Royal Variety Performance, que contou com a presença da rainha-mãe e da realeza britânica, Lennon zombou da platéia: "Para a nossa próxima música, eu gostaria de pedir a sua ajuda. Para as pessoas nos assentos mais baratos, bata palmas ... e o resto de vocês, apenas mexam suas jóias."

Depois de um ano de Beatlemania no Reino Unido, a histórica apresentação do grupo em fevereiro de 1964 no The Ed Sullivan Show marcou seu avanço para o estrelato internacional. 


Um período de dois anos de constante turnê, cinema e composição seguiram-se, durante os quais Lennon escreveu dois livros, In His Own Write e A Spaniard in the Works.

Os Beatles receberam reconhecimento do establishment britânico quando foram nomeados membros da Ordem do Império Britânico (MBE) nas honras do aniversário da rainha de 1965.

Lennon ficou preocupado que os fãs que assistiam aos shows dos Beatles não pudessem ouvir a música por conta dos gritos da platéia, e que a musicalidade da banda estava começando a sofrer como resultado.

Na canção "Help!" expressou seus próprios sentimentos em 1965: "Eu quis dizer isso ... Era eu cantando 'ajuda'". Ele havia engordado (mais tarde se referia a isso como seu período "Fat Elvis"), e sentiu que estava subconscientemente buscando mudanças.


Em março daquele ano, ele e Harrison foram inconscientemente introduzidos ao LSD quando um dentista, hospedando um jantar com a presença dos dois músicos e suas esposas, cravou o café dos convidados com a droga.

Quando quiseram sair, o anfitrião revelou o que haviam feito e aconselhou-os a não sair de casa por causa dos efeitos prováveis. Mais tarde, em um elevador de uma boate, todos acreditavam que estava em chamas; Lennon lembrou: 


"Estávamos todos gritando ... quentes e histéricos." Em março de 1966, durante uma entrevista com a jornalista do Evening Standard, Maureen Cleave, Lennon observou:

"O cristianismo irá acabar. Vai encolher e sumir. Eu não preciso discutir sobre isso; Estou certo e serei provado certo. Somos mais populares que Jesus agora; Eu não sei qual acabará antes – o rock 'n' roll ou o cristianismo.

"O comentário passou praticamente despercebido na Inglaterra, mas causou grande ofensa nos EUA, quando foi citado por uma revista cinco meses depois. 


A polêmica que se seguiu, que incluiu a queima de discos dos Beatles, a atividade do Ku Klux Klan e ameaças contra Lennon, contribuiu para a decisão da banda de parar as turnês.

1966–1970: Período no estúdio, fim e trabalho solo

Os Beatles se apresentando em seu filme televisivo de 1967, Magical Mystery Tour

Após o show final da banda em 29 de agosto de 1966, Lennon filmou a comédia negra anti-guerra How I Won the War – sua única aparição em um filme que não fosse dos Beatles – antes de voltar aos seus companheiros de banda para um longo período de gravação, a partir de novembro. 

Lennon aumentou seu uso de LSD e, segundo o autor Ian MacDonald, sua experimentação contínua com a droga em 1967 o levou "perto de apagar sua identidade".

O ano de 1967 viu o lançamento de "Strawberry Fields Forever", saudado pela revista Time por sua "surpreendente inventividade", e pelo álbum de referência do grupo, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, que revelou letras de Lennon que contrastavam fortemente com as simples canções de amor dos primeiros anos do grupo.

No final de junho, os Beatles cantaram "All You Need Is Love", de Lennon, como contribuição britânica para a transmissão via satélite Our World, para um público internacional estimado em até 400 milhões. Intencionalmente simplista em sua mensagem, a música formalizou sua postura pacifista e forneceu um hino para o Verão do Amor.

Depois que os Beatles foram apresentados ao Maharishi Mahesh Yogi, o grupo assistiu a um fim de semana de aulas pessoais em seu seminário de Meditação transcendental em Bangor, no País de Gales.

Durante o seminário, eles foram informados da morte de Epstein. "Eu sabia que estávamos em apuros", disse Lennon mais tarde. "Eu não tinha nenhuma dúvida sobre a nossa capacidade de fazer outra coisa senão tocar música. Eu estava com medo – pensei: 'Nós temos essa porra agora'".

McCartney organizou o primeiro projeto pós-Epstein do grupo, o filme de televisão escrito por ele mesmo, Magical Mystery Tour, que foi lançado em dezembro daquele ano. Enquanto o filme em si provou ser seu primeiro fracasso crítico, o lançamento de sua trilha sonora, apresentando "I Am the Walrus", de Lennon, foi um sucesso.

Liderados pelo interesse de Harrison e Lennon, os Beatles viajaram para o ashram do Maharishi na Índia em fevereiro de 1968 para obter mais orientações. Enquanto estavam lá, eles compuseram a maioria das músicas para o seu álbum duplo The Beatles, mas a experiência mista dos membros da banda com a Meditação Transcendental sinalizou uma divergência acentuada na camaradagem do grupo.

Em seu retorno a Londres, se envolveram cada vez mais em atividades comerciais com a formação da Apple Corps, uma corporação multimídia composta pela Apple Records e várias outras empresas subsidiárias. 


Lennon descreveu o empreendimento como uma tentativa de alcançar "liberdade artística dentro de uma estrutura empresarial".

Lançado em meio a um período de agitação e protestos cívicos, o single de estréia da banda para o selo da Apple incluiu o lado B "Revolution" de Lennon, no qual ele pediu um "plano" em vez de se comprometer com a revolução maoísta.

A mensagem pacifista da música levou ao ridículo dos radicais políticos na imprensa da Nova Esquerda. Aumentando as tensões nas sessões de gravação dos Beatles naquele ano, Lennon insistiu em ter sua nova namorada, a artista japonesa Yoko Ono, ao lado dele, contrariando assim a política da banda com relação a esposas e namoradas no estúdio. Ele ficou especialmente satisfeito com suas composições para o álbum duplo e o identificou como um trabalho superior ao Sgt. Pepper.


No final de 1968, Lennon participou do filme The Rolling Stones Rock and Roll Circus, no papel de um membro da banda The Dirty Mac. O filme não foi lançado até 1996. 


O supergrupo, composto por Lennon, Eric Clapton, Keith Richards e Mitch Mitchell, também apoiou uma performance vocal de Ono no filme.
Yoko Ono e Lennon em março de 1969

No final de 1968, o aumento da experimentação de drogas de Lennon e a crescente preocupação com Ono, combinada com a incapacidade dos Beatles de chegar a um acordo sobre como a empresa deveria ser administrada, deixaram a Apple na necessidade de gerenciamento profissional. 


Lennon pediu a Lord Beeching para assumir o papel, mas ele recusou, aconselhando-o a voltar a fazer registros. Lennon foi abordado por Allen Klein, que havia administrado a banda The Rolling Stones e outras bandas durante a Invasão Britânica.

No início de 1969, Klein foi nomeado diretor-executivo da Apple por Lennon, Harrison e Starr, mas McCartney nunca assinou o contrato de gestão. Lennon e Ono se casaram em 20 de março de 1969, e logo lançaram uma série de 14 litografias chamadas "Bag One", retratando cenas de sua lua de mel, oito das quais foram consideradas indecentes e a maioria foi banida e confiscada.

O foco criativo do músico continuou a ir além dos Beatles, e entre 1968 e 1969 ele e sua esposa gravaram três álbuns de música experimental juntos: Unfinished Music No. 1: Two Virgins, Unfinished Music No. 2: Life with the Lions e o Wedding Album. Em 1969, eles formaram a Plastic Ono Band, lançando Live Peace in Toronto 1969.

Entre 1969 e 1970, Lennon lançou os singles "Give Peace a Chance", que foi amplamente adotado como um hino anti-Guerra do Vietnã, "Cold Turkey", que documentou seus sintomas de abstinência depois de se tornar viciado em heroína, e "Instant Karma!"

Em protesto contra o envolvimento do Reino Unido na "coisa entre Nigéria-Biafra" (a Guerra Civil Nigeriana), seu apoio aos EUA na Guerra do Vietnã e (talvez brincando) contra o mal desempenho de "Cold Turkey" nas paradas britânicas.

Lennon devolveu sua medalha de MBE para a rainha. Esse gesto não teve efeito sobre seu estatuto de MBE, que não poderia ser renunciado. A medalha, juntamente com a carta de Lennon, está na Chancelaria Central das Ordens de Cavalaria.

Lennon deixou os Beatles em setembro de 1969, mas concordou em não informar a mídia enquanto o grupo renegociava seu contrato de gravação. Ele ficou indignado porque McCartney divulgou sua própria saída ao lançar seu primeiro álbum solo em abril de 1970. A reação de Lennon foi: "Jesus Cristo! Ele recebe todo o crédito por isso!"

Mais tarde escreveu: "Eu comecei a banda. Eu terminei ela. É simples assim."Em uma entrevista em dezembro de 1970 com Jann Wenner, da revista Rolling Stone, ele revelou sua amargura em relação a McCartney, dizendo: "Eu fui um tolo em não fazer o que Paul fez, que foi usar o fim do grupo para vender um disco".

Lennon também falou da hostilidade que ele percebeu que os outros membros tinham em relação a Ono, e de como ele, Harrison e Starr "se cansaram de ser membros de Paul ... Depois que Brian Epstein morreu, nós desmoronamos. Paul assumiu e supostamente nos levou. Mas para onde está nos levando quando andamos em círculos?"

1970–1980: Carreira solo

1970–1972: Sucesso solo inicial e ativismo

Imagem publicitária de "Imagine" na Billboard, 18 de setembro de 1971

Em 1970, Lennon e Ono fizeram terapia primal com Arthur Janov em Los Angeles, Califórnia. Projetado para liberar a dor emocional desde a primeira infância, a terapia envolveu dois meios-dias por semana com Janov por quatro meses; ele queria tratar o casal por mais tempo, mas não sentiu necessidade de continuar e voltou para Londres.

O álbum solo de estréia de Lennon, John Lennon/Plastic Ono Band (1970), foi recebido com elogios por muitos críticos de música, mas suas letras altamente pessoais e som estrito limitaram seu desempenho comercial.


O crítico Greil Marcus comentou: "O canto de John no último verso de 'God' pode ser o melhor em todo o rock." O álbum contou com a canção "Mother", em que o músico confrontou seus sentimentos de rejeição durante a infância e "Working Class Hero", um ataque amargo contra o sistema social burguês que, devido à letra "you're still fucking peasants", caiu em desgraça de emissoras.

Em janeiro de 1971, Tariq Ali expressou suas visões políticas revolucionárias quando entrevistou Lennon, que imediatamente respondeu escrevendo "Power to the People". 


Em suas letras para a música, Lennon reverteu a abordagem não-confrontacional que ele adotou em "Revolution", embora mais tarde ele tenha desmentido a mensagem, dizendo que ela foi baseada em culpa e no desejo de aprovação de radicais como Ali.

Lennon se envolveu com Ali em um protesto contra a acusação da revista Oz por alegada obscenidade. Lennon denunciou o processo como "fascismo repugnante", e ele e Ono (como Elastic Oz Band) lançaram o single "God Save Us/Do the Oz" e se juntaram a marchas em apoio à revista.

Ansioso por um grande sucesso comercial, Lennon adotou um som mais acessível para o seu próximo álbum, Imagine (1971). A revista Rolling Stone relatou que "contém uma parte substancial da boa música", mas alertou para a possibilidade de que "suas posturas em breve parecerão não apenas aborrecidas, mas irrelevantes".

A faixa-título do álbum mais tarde se tornou um hino para movimentos anti-guerra, enquanto a música "How Do You Sleep?" foi um ataque musical a McCartney em resposta às letras em Ram que Lennon sentiu, e McCartney confirmou mais tarde, foram direcionadas para ele e Ono.

Em "Jealous Guy", ele abordou seu tratamento degradante das mulheres, reconhecendo que seu comportamento passado era o resultado de insegurança de longa data. Em gratidão por suas contribuições de guitarra para a Imagine, Lennon inicialmente concordou em se apresentar no Concerto para Bangladesh de Harrison, em Nova Iorque.

Harrison se recusou a permitir que Ono participasse dos shows, o que resultou no argumento acalorado do casal e na retirada de Lennon do evento.

O piano Steinway que Lennon usou para compor a música "Imagine" em exibição na Galeria de artistas do Museu de Instrumentos Musicais em Phoenix, Arizona

Lennon e Ono mudaram-se para Nova Iorque em agosto de 1971 e imediatamente adotaram a política de extrema-esquerda dos EUA. O casal lançou seu single "Happy Xmas (War Is Over)" em dezembro.

Durante o ano novo, o governo Nixon adotou o que chamou de "contra-medida estratégica" contra a propaganda anti-guerra e anti-Nixon do músico. A administração embarcou no que seria uma tentativa de quatro anos de deportá-lo. 


Lennon estava envolvido em uma batalha judicial contínua com as autoridades de imigração e lhe foi negada a residência permanente nos EUA; a questão não seria resolvida até 1976.

Some Time in New York City foi gravado como uma colaboração com Ono e foi lançado em 1972 com o apoio da banda nova iorquina Elephant's Memory. 


Um LP duplo, continha canções sobre os direitos das mulheres, relações raciais, o papel do Reino Unido na Irlanda do Norte e as dificuldades de Lennon em obter um green card.

O álbum foi um fracasso comercial e foi difamado pelos críticos, que acharam seu conteúdo político pesado e implacável. A resenha do NME tomou a forma de uma carta aberta na qual Tony Tyler ridicularizou Lennon como um "revolucionário patético e envelhecido".

Nos EUA, "Woman is the Nigger of the World" foi lançada como single do álbum e foi televisionada em 11 de maio, no The Dick Cavett Show. Muitas estações de rádio se recusaram a transmitir a música por causa da palavra "nigger".

Lennon e Ono fizeram dois concertos beneficentes com a Elephant's Memory e convidados em Nova Iorque para ajudar os pacientes na instalação mental da Escola Estadual de Willowbrook. Encenado no Madison Square Garden em 30 de agosto de 1972, eles foram seus últimos shows completos.

Depois que George McGovern perdeu as eleições presidenciais de 1972 para Richard Nixon, John e Yoko participaram de um velório pós-eleitoral realizado na casa do ativista Jerry Rubin. Lennon estava deprimido e ficou drogado; ele deixou Ono envergonhada depois de fazer sexo com uma convidada. Sua música "Death of Samantha" foi inspirada pelo incidente.

1973–1975: "Fim de semana perdido"

Foto publicitária de Lennon e o apresentador Tom Snyder do programa de televisão Tomorrow. Exibida em 1975, esta foi a última entrevista de televisão que o músico deu antes de sua morte em 1980

Enquanto Lennon estava gravando Mind Games em 1973, ele e Ono decidiram se separar. O período de 18 meses que se seguiu, que mais tarde ele chamou de "fim de semana perdido", foi passado em Los Angeles e Nova Iorque na companhia de May Pang. Mind Games, creditado à "Plastic U.F.Ono Band", foi lançado em novembro de 1973.

Lennon também contribuiu com "I'm the Greatest" para o álbum de Starr, Ringo (1973), lançado no mesmo mês. Com Harrison se juntando a Starr e Lennon na sessão de gravação da música, marcou a única ocasião em que três ex-Beatles gravaram juntos entre a separação da banda e a morte de Lennon.

No início de 1974, Lennon estava bebendo muito e suas palhaçadas alcoólicas com Harry Nilsson foram manchetes. Em março, dois incidentes amplamente divulgados ocorreram no clube The Troubadour. No primeiro incidente, Lennon colou um absorvente menstrual não usado na testa e brigou com uma garçonete.

O segundo incidente ocorreu duas semanas depois, quando Lennon e Nilsson foram expulsos do mesmo clube depois de atacar os Smothers Brothers. Lennon decidiu produzir o álbum de Nilsson, Pussy Cats, e Pang alugou uma casa de praia em Los Angeles para todos os músicos.

Depois de um mês de mais deboche, as sessões de gravação estavam em caos, e John retornou a Nova Iorque com Pang para terminar o trabalho no álbum. 


Em abril, Lennon produziu a música de Mick Jagger "Too Many Cooks (Spoil the Soup)", que por razões contratuais, permaneceu inédita por mais de 30 anos. Pang forneceu a gravação para sua eventual inclusão em The Very Best of Mick Jagger (2007).

Lennon se instalou em Nova Iorque quando gravou o álbum Walls and Bridges. Lançado em outubro de 1974, incluiu "Whatever Gets You thru the Night", que contou com Elton John em backing vocals e piano, e se tornou o único single de Lennon como artista solo no topo da Billboard Hot 100 durante sua vida.

Um segundo single do álbum, "Number 9 Dream", seguido antes do final do ano. Goodnight Vienna (1974), de Starr, novamente contou com o apoio de Lennon, que escreveu a faixa-título e tocou piano.

Em 28 de novembro, fez uma aparição surpresa no concerto de Ação de Graças de Elton John no Madison Square Garden, em cumprimento de sua promessa de se juntar ao cantor em um show ao vivo se a canção "Whatever Gets You thru the Night", cujo potencial comercial John primeiramente duvidou, alcançasse o número um. Lennon cantou a música junto com "Lucy in the Sky with Diamonds" e "I Saw Her Standing There", que ele apresentou como "uma música de um velho amigo chamado Paul".

Lennon co-escreveu "Fame", primeiro número um de David Bowie nos EUA, e gravou guitarra e backing vocals para na gravação de janeiro de 1975.

No mesmo mês, Elton John liderou as paradas com o cover de "Lucy in the Sky with Diamonds", apresentando Lennon na guitarra e backing vocals; ele foi creditado no single sob o nome de "Dr. Winston O'Boogie". Ele e Ono se reuniram pouco depois. Lançou Rock 'n' Roll (1975), um álbum de covers, em fevereiro. "Stand By Me", tirado do álbum e um sucesso nos EUA e no Reino Unido, tornou-se seu último single por cinco anos.

Ele fez o que seria sua última aparição no especial da ATV, A Salute to Lew Grade, gravado em 18 de abril e televisionado em junho. Tocando violão e apoiado por uma banda de oito integrantes, tocou duas músicas do Rock 'n' Roll ("Stand by Me", que não foi transmitido, e "Slippin 'e Slidin'") seguidas por "Imagine". 


A banda, conhecida como Etc., usava máscaras atrás de suas cabeças, uma ironia de Lennon, que achava que Lew Grade era duas caras.

1975–1980: Hiato e retorno

Green Card de Lennon, que lhe permitiu viver e trabalhar nos Estados Unidos

Sean foi o único filho de Lennon com Ono. Ele nasceu em 9 de outubro de 1975, trigésimo quinto aniversário de John, que assumiu o papel de marido de casa. Lennon começou o que seria um hiato de cinco anos da indústria da música, durante o qual, mais tarde, ele disse que "assava pão" e "cuidava do bebê". Ele se dedicou a Sean, levantando-se às 6 da manhã diariamente para planejar e preparar suas refeições e passar um tempo com ele.

Ele escreveu "Cookin '(In the Kitchen of Love)" para o álbum Ringo's Rotogravure (1976), tocando na faixa em junho naquela que seria sua última sessão de gravação até 1980. Ele anunciou formalmente sua pausa na música em Tóquio em 1977, dizendo: 


"Basicamente decidimos, sem qualquer grande decisão, estar com nosso bebê tanto quanto pudermos até sentirmos que podemos tirar uma folga para nos permitir criar coisas fora da família." Durante a pausa na sua carreira ele criou várias séries de desenhos, e elaborou um livro contendo uma mistura de material autobiográfico e o que ele chamou de "coisas loucas".

Lennon saiu de seu hiato de cinco anos em outubro de 1980, quando lançou o single "(Just Like) Starting Over". O mês seguinte viu o lançamento de Double Fantasy, que continha músicas escritas durante uma jornada de junho de 1980 para as Bermudas em um barco a vela.

A música refletia a realização de Lennon em sua nova vida familiar estável. Material adicional suficiente foi gravado para o álbum de acompanhamento Milk and Honey, que foi lançado postumamente em 1984.

Double Fantasy foi lançado em conjunto por Lennon e Ono muito pouco antes de sua morte; o álbum não foi bem recebido e atraiu comentários como a "indulgente esterilidade ... um bocejo divino", da Melody Maker.

Morte

Assassinato de John Lennon

O assassinato de John Lennon, músico que ganhou notoriedade mundial como fundador e membro do grupo de rock britânico The Beatles, ocorreu na noite de 8 de dezembro de 1980.

Como aconteceu

Entrada do Edifício Dakota, local exato onde John Lennon foi executado

Por volta de 23 horas da segunda-feira, 8 de dezembro de 1980, o músico retornava, com sua esposa Yoko Ono, de um estúdio de gravação. Quando Lennon dava entrada em sua residência, o Edifício Dakota em Nova Iorque, um homem de 25 anos chamado Mark David Chapman, que no fim da tarde do mesmo dia havia se encontrado com Lennon junto a fãs e conseguido um autógrafo de Lennon em uma capa do álbum do cantor chamado Double Fantasy, sacou um revólver e efetuou cinco disparos contra Lennon. 


Várias fontes afirmam que, antes de efetuar os disparos, Chapman gritou: Mister Lennon! (Senhor Lennon!), mas Chapman afirma não se lembrar de tê-lo feito.

O primeiro tiro se perdeu atingindo uma janela do prédio, porém os quatro seguintes atingiram em cheio o corpo de Lennon, três deles atravessando o corpo e um deles destruindo a artéria aorta do cantor, causando severa perda de sangue, e ele caiu na entrada do edifício. 


As balas utilizadas foram projéteis de ponta côncava, os quais se expandem ao atingirem seu alvo, causando muito mais dano aos tecidos vivos do que balas comuns.

O porteiro do edifício desarmou Chapman e chutou a arma para longe, perguntando a ele: "Você sabe o que fez?". Mark Chapman respondeu calmamente: "Sim, eu atirei em John Lennon." Chapman não tentou escapar, sentando-se na calçada e esperando a chegada da polícia. John Lennon foi levado em um carro policial até o hospital nova-iorquino St. Luke's-Roosevelt

Lennon foi declarado morto ao chegar no hospital, onde foi constatado que ninguém poderia viver mais do que alguns minutos com tais ferimentos. 


Antes de declararem sua morte, médicos abriram o peito de Lennon e massagearam manualmente seu coração por vários minutos a fim de restaurar a circulação sanguínea, mas o dano causado aos vasos sanguíneos era muito grande.

Além disso, Lennon já havia chegado sem pulsação e sem respirar, e também havia perdido 80% do seu volume sanguíneo, sendo assim declarado que a causa da morte dele foi choque hipovolêmico. Após o crime ser noticiado pela mídia, multidões de fãs se juntaram ao redor do Hospital Roosevelt e do Edifício Dakota para prestar homenagem a Lennon. 


O corpo do cantor foi cremado dois dias depois e sua cinzas foram entregues a Yoko Ono, que preferiu não realizar um funeral para Lennon.

Motivo do crime

Segundo Mark Chapman, que se considerava cristão renascido, seu ódio a John Lennon originou-se principalmente das várias afirmações do cantor sobre Deus e religião. Ele era grande fã dos Beatles e tinha Lennon como ídolo, mas isso mudou quando começou a praticar sua religião seriamente: na adolescência, após um reavivamento realizado por um evangelista que visitou seu colégio, Chapman, que já fora criado como cristão na infância, "renasceu" em Cristo.

O evento mudou completamente sua vida. Passou, então, a abominar certas letras do compositor, em especial "God", música de 1970 em que Lennon afirma não crer em Jesus e na Bíblia, além de descrever Deus como "um conceito". 


Algumas semanas antes do assassinato, Chapman ouviu John Lennon/Plastic Ono Band, o álbum onde se encontrava essa canção:

"Eu escutava essa música e ficava bravo com ele por dizer que não acreditava em Deus... e que não acreditava nos Beatles. Isso foi outra coisa que me enfureceu, mesmo o disco tendo sido lançado pelo menos 10 anos antes. Eu queria gritar bem alto 'Quem ele pensa que é para dizer essas coisas sobre Deus, o paraíso e os Beatles ?' Dizer que não acredita em Jesus e coisas assim. Naquele ponto, minha mente estava passando por uma escuridão de raiva e ira."

A polêmica declaração de que os Beatles eram mais populares que Jesus, feita por Lennon em 1966, também irritou profundamente Chapman. Ele a considerou uma blasfêmia, alegando que "não deveria haver ninguém mais popular que o Senhor Jesus Cristo".

Segundo Chapman, seu ódio a Lennon aumentou quando este lançou a música "Imagine", em 1971, onde o cantor diz que se deve imaginar que o céu — no sentido metafísico — e o inferno não existem ("No hell below us, above us only sky"), o que contraria o conceito de algumas religiões e principalmente a de Chapman. Ainda sobre essa canção, Chapman disse:

Ele (John Lennon) nos disse para imaginarmos que não existem posses (ou "bens materiais", na frase "Imagine no possessions") e lá estava ele, com milhões de dólares, iates, fazendas e mansões, rindo de pessoas como eu, que acreditaram em suas mentiras, compraram os discos dele e alicerçaram boa parte de suas vidas com as músicas dele. Chapman chegou a conceber sua própria "versão" de "Imagine": Imagine John Lennon morto...

Chapman havia anteriormente ido a Nova Iorque, em outubro de 1980, para assassinar Lennon, mas mudou de idéia e retornou à sua casa no Havaí. Disse que, na hora de puxar o gatilho, em seu sangue (ou, dentro de si) não havia emoção nem raiva. Apenas um silêncio mortal em seu cérebro. Em outra entrevista, alegou ter ouvido uma voz misteriosa que lhe repetia: "Do it, do it, do it" ("Faça isto!") quando John passou por ele.

Consequências

Pelo assassinato de John Lennon, Mark Chapman foi condenado à prisão perpétua, com possibilidade de liberdade condicional após 20 anos de pena - a partir do ano de 2000, lhe seria concedido um julgamento visando sua liberdade condicional a cada dois anos.

Ele cumpre pena desde 1980 numa penitenciária chamada Attica Correctional Facility, em Attica, New York. 


Desde o ano 2000, sua liberdade condicional tem sido negada em todas ocasiões. Yoko Ono se opõe totalmente à liberdade de Chapman, dizendo que a vida dela, dos filhos de Lennon e a do próprio Chapman estariam em risco.

Vida pessoal
Personalidade

Humor e irreverência

Estátua de John Lennon em La Coruña, Espanha

John Lennon se destacava com um senso de humor desenvolvido que foi parte integrante de sua imagem e personalidade. Esse humor é perceptível nas canções dos Beatles que ele escreveu ou suas contribuições. 


Assim, em "Getting Better", enquanto Paul McCartney canta que tudo está ficando cada vez melhor, Lennon acrescenta que "não pode ser pior". No refrão de sua música "Girl", ele canta com os outros Beatles "tit-tit-tit-tit" ou "nichon-nichon-nichon".

Lennon também pode ser mais agressivo: quando descobre que professores estão estudando suas letras em sala de aula, decide escrever uma que não faz sentido, "I Am the Walrus" (que significa literalmente "eu sou a morsa"), referência a Alice no País das Maravilhas), para ver "o que esses idiotas podem encontrar lá".

Durante as coletivas de imprensa, Lennon, como os outros Beatles, não hesita em lançar alguns piques humorísticos, às vezes tingidos de absurdos e bobagens. Quando perguntado em 1964 de onde veio o nome "Beatles", ele respondeu: "Eu tive uma visão quando tinha doze anos. Eu vi um homem em uma torta flamejante que me disse: "Vocês são os Beatles com A!"

Esse humor em entrevistas se torna um hábito dos Beatles e continua por toda a Beatlemania. Em 1966, em uma entrevista coletiva para um concerto no Candlestick Park, perguntaram o que os inspirou a canção "Eleanor Rigby", ao qual Lennon responde, um pouco sarcástico e causando risadas na sala: 


"Dois homens. Dois viados."Posteriormente, ele tempera e relativiza esse humor das entrevistas: "Faziam perguntas e respondíamos com piadas, mas, na realidade, não éramos engraçados. Era apenas o humor de alunos, escolar.

"Nos estúdios de gravação de Abbey Road, Lennon nunca deixa de provocar gargalhadas, principalmente ao transformar as contagens tradicionais (Um, dois, três, quatro) em outras formulações das quais. Assim, em Anthology 2, você pode ouvir no início de "A Day in the Life" ele dizendo "sugar-plum-fairy, sugar-plum-fairy."

Esse humor também pode ser irreverente. Em novembro de 1963, quando os Beatles tiveram a honra de tocar em frente à família real, Lennon lançou uma declaração humorística antes de cantar "Twist and Shout", para grande desgosto do empresário da banda Brian Epstein, que temia tal explosão: "Para o nosso próximo número, as pessoas nos lugares mais baratos podem bater as palmas? E todos os outros, balancem suas joias!"

Lennon usa o humor nesse tipo de situação intimidadora, para lidar com a pressão. Quando os Beatles retornam para fazer uma série de shows em Liverpool, temem o julgamento de todas as pessoas que já os conheciam no local. Durante uma aparição na varanda, em frente à multidão, Lennon então faz uma saudação nazista, que ninguém parece notar.

Ele também gosta de entreter seus parceiros no palco, imitando deficientes psicomotores, uma piada recorrente em 1964, quando pede ao público que aplauda e chute. John também gosta de mudar a letra de "I Want to Hold Your Hand", sabendo que a audiência não perceberia nada: ele canta "I Want to Hold Your Gland", referindo-se aos seios femininos.

Em agosto de 1965, quando os Beatles se tornaram a primeira banda de rock a fazer um concerto em um estádio, o Shea Stadium em Nova Iorque, em frente ao recorde de público, Lennon tranquiliza seus companheiros com imitações e gestos, martirizando em particular um órgão da Farfisa, jogando piscadelas divertidas a George Harrison. McCartney testemunha:


"Foi uma coisa boa para John: quando um concerto era um pouco complicado, e este era sem dúvida, seus velhos reflexos cômicos sempre ressurgiam."

Crenças e espiritualidade

Lennon seguiu por certo tempo os ensinamentos de Maharishi Mahesh Yogi

John Lennon passou por um período em que se opôs ao cristianismo em resposta à sua educação cristã. Na canção "Girl", ele faz alusões a essa religião, sobre o sofrimento necessário para chegar ao paraíso.

Ele também questiona essa noção nos dois livros que escreveu, onde ataca a Igreja, entre outros: "Fui duro contra a Igreja, mas, embora estivesse gritando, nunca fui ouvido." Lennon se abriu para outras espiritualidades em meados da década de 1960, quando leu The Psychedelic Experience de Timothy Leary, Richard Alpert e Ralph Metzner, inspirado em O Livro Tibetano dos Mortos do budismo.

Este trabalho, profundamente ligado ao uso do LSD, inspira Lennon com uma de suas primeiras canções psicodélicas, "Tomorrow Never Knows", que fecha o álbum Revolver em 1966. No entanto, Lennon declara em 1972 que nunca leu O Livro Tibetano dos Mortos e se contentou com essa adaptação.

Como os outros três membros do grupo, John Lennon também conheceu Maharishi Mahesh Yogi em agosto de 1967 e participou de um fim de semana de treinamento pessoal na Meditação Transcendental.

Em 1968, o grupo se retirou para a Índia no Ashram Maharishi; eles meditam e compõem grande parte das músicas do "Álbum Branco". No entanto, Lennon ficou zangado com o mestre espiritual, cujas fraquezas ele acreditava ter perfurado; ele expressa isso em sua canção "Sexy Sadie", publicada neste álbum. No mesmo momento, ele também se interessa em mantras e ioga.

John Lennon era apaixonado por certas áreas de inspiração mística ou oculta, como tarô ou numerologia. Em particular, ele atribuía um valor importante ao número 9, que considerava estar intimamente ligado à sua vida.

Nascido em 9 de outubro, como seu filho, e tendo morado no número 9 da Newcastle Road, em Liverpool, ele o usa em vários títulos de suas músicas: "One After 909", "Revolution 9" (na qual ele canta "número nove, número nove ... ") ou em "#9 Dream".


Após sua morte, os aficionados por numerologia ainda encontram outros sinais: ele foi assassinado na 72nd Avenue (7 + 2) e, tendo morrido em 8 de dezembro em Nova Iorque, o fuso horário em Liverpool já indicava ser o dia 9.

Por acaso ou não, a Apple escolheu a data de 9 de setembro de 2009 (09/09/09) para publicar as versões remasterizadas de todos os álbuns dos Beatles.

Em 1970, para se livrar do peso da morte de sua mãe e de seus problemas com heroína, Lennon iniciou a terapia primal com o Dr. Arthur Janov depois de ler um de seus livros. Diante da publicidade, Janov estava enviando seu trabalho para as celebridades do momento, como Peter Fonda ou os Rolling Stones.

Especialmente atraído pela perspectiva do "grito libertador", John, acompanhado por Yoko, segue um tratamento de choque, onde deve voltar à infância e receber uma massagem vigorosa, para interromper seus "suspiros neuróticos". 


Após três semanas, o Dr. Janov oferece a ele a perspectiva de entrada nos Estados Unidos por razões médicas, o que encanta o músico.

O casal viaja para a Califórnia e o tratamento continua, o que, segundo Lennon, reforça seus laços emocionais com Yoko. Isso durou até uma disputa entre Lennon e Janov, que queria filmá-lo durante uma sessão coletiva de gritos. Lennon gradualmente se desinteressa, e os críticos de Ono, cada vez mais regulares, convencem-no a interromper a terapia.

Ele deixa Janov no momento em que seu visto estadunidense expira; Incompleta, a terapia durou apenas alguns meses. Vestígios dela são, no entanto, audíveis em seu primeiro álbum, publicado no final de 1970, John Lennon/Plastic Ono Band:

Por exemplo, na canção "Mother", ele lamenta por seus pais, gritando no final: "Mama, don't go, Daddy, come home!" ("Mamãe, não vá, papai, volte para casa!"). Desse tratamento exigente, Lennon saiu em uma condição pior do que quando chegou.

Lennon e Ono também estão por trás do conceito de bagism. A ideia deles era criticar preconceitos com base nas aparências e considerar apenas a mensagem do interlocutor, conversando com ele como se estivesse em uma sacola. Lennon define o bagism como uma "forma de comunicação total".

Drogas

O primeiro contato de Lennon com drogas remonta ao período em que os Beatles tocavam em Hamburgo: Astrid Kirchherr e alguns dos clientes do clube costumavam lhes dar anfetaminas, o que lhes permitia aguentar tocar durante oito horas quase todas as noites.

Na primeira e triunfante turnê dos Beatles pelos Estados Unidos no verão de 1964, Bob Dylan os apresentou à maconha. Ele achava que o grupo já usava a droga, tendo entendido o verso "I can't hide" ("Eu não posso me esconder") da canção "I Want to Hold Your Hand" como "I get high" ("Eu fico chapado").

Em entrevista à Playboy, Lennon explicou que, durante as filmagens de Help!, Os Beatles "fumavam maconha no café da manhã". Sua primeira esposa também declarou, em uma entrevista em 1995, que o casamento deles começou a declinar devido à reputação do grupo e ao crescente uso de drogas por Lennon.

Lennon também consumia LSD, assim como o resto do grupo. Ele também conheceu, com Yoko Ono, um vício em heroína por vários anos. Em agosto de 1969, ele tentou uma retirada total (mencionada na época em sua canção "Cold Turkey") para conceber uma criança viável, sem sucesso.


Ele afirma que é por causa do número de bad trips que sofreu no LSD que decidiu interromper esse tipo de droga. O casal Lennon disse que não usava drogas desde o nascimento de Sean, em 1975, embora Yoko tenha admitido uma breve recaída no final da década.

As substâncias psicotrópicas têm uma influência significativa na criatividade dos Beatles e de Lennon em particular. Assim, a partir de 1965 e de "Day Tripper" em particular,[203] ele escreve cada vez mais canções referentes diretamente ao consumo de narcóticos ("Tomorrow Never Knows", "She Said She Said", "A Day in the Life" etc). 


Posteriormente, todo mundo procura alusões a drogas nas músicas do grupo: o título "Lucy in the Sky with Diamonds" é frequentemente associado ao LSD, referindo-se às suas iniciais, enquanto na verdade a Lucy em questão era uma colega de classe do filho de Lennon.

Por outro lado, Paul McCartney explicou que era "bastante óbvio" que a droga inspirou a letra da canção. Narcóticos — especialmente o LSD — também mudaram a maneira como a banda funcionava: anteriormente considerado o líder dos Beatles, Lennon gradualmente foi se retirando para deixar Paul McCartney assumir o comando.

O álbum Sgt. Pepper's é, portanto, atribuído principalmente a McCartney; Lennon depois explicou que estava muito ocupado "destruindo seu ego", um dos supostos efeitos do LSD. É a heroína que contribui para a distância de Lennon em relação ao grupo, mergulhando gradualmente, de acordo com McCartney, na paranoia.


Como muitas celebridades da década de 1960, Lennon não esteve imune a problemas legais por causa de seu uso de drogas. Em outubro de 1968, enquanto morava em Londres com Yoko, a brigada de narcóticos invadiu sua casa e encontrou uma pequena quantidade de haxixe.

Lennon foi persuadido a não deter nada, tendo sido avisado três semanas antes da possibilidade de uma busca. Ele decide se declarar culpado e paga 400 libras de fiança, por ele e por Ono. O detetive sargento Norman Pilcher, da Brigada de Narcóticos da Polícia de Londres, que conduziu a busca, era conhecido na época por rastrear celebridades pop, já tendo apreendido Donovan, Marianne Faithfull e os Rolling Stones pelas mesmas razões.

Este episódio põe fim à "imunidade" que cercava os Beatles até então, com George Harrison tendo os mesmos problemas também no ano seguinte. O último fala até de uma "conspiração do establishment"; mais tarde, Norman Pilcher é considerado culpado de perjúrio, em outras circunstâncias.

De qualquer forma, esse caso foi usado contra John Lennon, quando ele quis se estabelecer permanentemente nos Estados Unidos na década de 1970.

Relações pessoais

Cynthia Lennon

Lennon conheceu Cynthia Powell (1939–2015) em 1957, quando eram colegas da Faculdade de Arte de Liverpool. Embora Powell tenha se intimidado pela atitude e aparência de John, ela ouviu que ele era obcecado pela atriz francesa Brigitte Bardot, então pintou o cabelo de loiro.


Lennon a convidou para sair, mas quando ela disse que estava noiva, ele gritou: "Eu não pedi para você se casar comigo, não é?" Ela frequentemente o acompanhava aos shows dos Quarrymen e viajava para Hamburgo com a namorada de McCartney para visitá-lo.

Lennon ficou com ciúmes por natureza e acabou ficando possessivo, muitas vezes aterrorizando Powell com sua raiva e violência física. Ele disse mais tarde que, até conhecer Ono, nunca havia questionado sua atitude chauvinista em relação às mulheres. Ele disse que a canção dos Beatles "Getting Better" contava sua própria história:

"Eu costumava ser cruel com minha mulher e fisicamente – qualquer mulher. Eu era um espancador. Eu não conseguia me expressar e batia. Lutava contra homens e batia nas mulheres. É por isso que estou sempre pela paz."

Lembrando sua reação de julho de 1962 quando soube que Cynthia estava grávida, Lennon disse: "Só há uma coisa a ser feita, Cyn. Nós vamos ter que nos casar". O casal casou-se no dia 23 de agosto no escritório de registro de Mount Pleasant, em Liverpool, com Brian Epstein servindo como padrinho.


Seu casamento começou exatamente quando a Beatlemania estava decolando em todo o Reino Unido. Ele se apresentou no dia de seu casamento e continuaria a fazê-lo quase diariamente a partir de então.

Epstein temia que os fãs ficassem alienados com a ideia de um Beatle casado e pediu ao casal que mantivessem o casamento em segredo. Julian nasceu em 8 de abril de 1963; Lennon estava em turnê na época e não viu seu bebê até três dias depois.

Cynthia atribuiu o início do colapso de seu casamento ao uso do LSD por John e ela sentiu que ele lentamente perdeu o interesse nela como resultado do uso da droga. Quando o grupo viajou de trem para Bangor, no País de Gales, em 1967, para o seminário sobre a Meditação Transcendental do Yogi Maharishi, um policial não a reconheceu e impediu-a de embarcar. Mais tarde, ela lembrou como o incidente parecia simbolizar o fim do casamento.


Depois que Cynthia chegou em casa em Kenwood, ela encontrou Lennon com Ono e saiu de casa para ficar com os amigos. Alexis Mardas mais tarde alegou ter dormido com ela naquela noite, e algumas semanas depois ele informou que John estava buscando o divórcio e a custódia de Julian em razão de seu adultério com ele.

Após as negociações, o músico capitulou e concordou em deixá-la se divorciar dele pelos mesmos motivos. O caso foi resolvido fora do tribunal em novembro de 1968, com Lennon dando a ela 100 mil libras (240 mil dólares na época), um pequeno pagamento anual e custódia de Julian.

Brian Epstein

Brian Epstein em 1965

Os Beatles estavam se apresentando no Cavern Club de Liverpool em novembro de 1961, quando foram apresentados a Brian Epstein após um show ao meio-dia. 


Epstein era homossexual e, de acordo com o biógrafo Philip Norman, uma das razões de Brian querer gerenciar o grupo era que ele estava fisicamente atraído por Lennon. 

Logo após o nascimento de Julian, Lennon foi de férias para a Espanha com Epstein, o que levou a especulações sobre seu relacionamento. Quando mais tarde ele foi questionado sobre isso, Lennon disse:

"Bem, foi quase um caso de amor, mas não completamente. Nunca foi consumado. Mas foi um relacionamento bastante intenso. Foi minha primeira experiência com um homossexual que eu estava consciente de que era homossexual. 

Costumávamos nos sentar em um café em Torremolinos olhando para todos os meninos e eu dizia:

'Você gosta desse? Você gosta deste?' Eu estava gostando bastante da experiência, pensando como um escritor o tempo todo: estou experimentando isso." Logo após seu retorno da Espanha, na festa do vigésimo primeiro aniversário de McCartney, em junho de 1963, Lennon atacou fisicamente o mestre de cerimônias do Cavern Club, Bob Wooler, por dizer "Como foi sua lua de mel, John?"

O MC, conhecido por seu jogo de palavras e comentários afetuosos, mas cortantes, estava fazendo uma piada, mas dez meses se passaram desde o casamento de Lennon, e a lua-de-mel adiada ainda estava dois meses no futuro. Lennon estava bêbado no momento e o assunto era simples: "Ele me chamou de queer, então eu quebrei suas costelas."

Lennon se deliciava em zombar de Epstein por sua homossexualidade e pelo fato de ser judeu. Quando Epstein pediu sugestões para o título de sua autobiografia, Lennon sugeriu Queer Jew; comentando sobre o título final, A Cellarful of Noise, ele parodiou:

Mais como A Cellarful of Boys." Ele perguntou a um visitante do apartamento de Epstein: "Você veio para chantageá-lo? Se não, você é o único inseto em Londres que não o fez." Durante a gravação de "Baby, You're a Rich Man", ele cantou o refrão alterado "Baby, you're a rich fag Jew".

Julian Lennon

Julian na inauguração do Monumento da Paz de John Lennon

Durante seu casamento com Cynthia, o primeiro filho de John, Julian Lennon, nasceu ao mesmo tempo em que seus compromissos com os Beatles estavam se intensificando no auge da Beatlemania. Ele estava em turnê quando Julian nasceu em 8 de abril de 1963.

O nascimento de Julian, como o casamento de seus pais, foi mantido em segredo porque Epstein estava convencido de que o conhecimento público de tais coisas ameaçaria o sucesso comercial dos Beatles. Julian lembrou que, quando criança, em Weybridge, cerca de quatro anos depois, "fui levado da escola para casa e subi com uma das minhas pinturas em aquarela.

Era apenas um monte de estrelas e essa garota loira que eu conhecia da escola. E papai disse: "O que é isso?" Eu respondi: 'É Lucy no céu com diamantes'." Lennon usou-o como título de uma canção dos Beatles, e embora tenha sido relatado posteriormente ter sido derivado das iniciais LSD, Lennon insistiu: "Não é uma música sobre ácido."

Lennon estava distante de Julian, que se sentia mais próximo de McCartney do que de seu pai. Durante uma viagem de carro para visitar Julian durante o divórcio de seus pais, McCartney compôs uma canção, "Hey Jules", para confortá-lo. Lennon mais tarde disse: "Essa é a sua melhor música. Começou como uma música sobre meu filho Julian ... ele transformou em 'Hey Jude'. Eu sempre pensei que era sobre mim e Yoko, mas ele disse que não."

O relacionamento de John com Julian já estava tenso, e depois que o músico se mudou para Nova Iorque em 1971, Julian não o viu novamente até 1973. Com o incentivo de Pang, foram tomadas providências para que Julian e sua mãe visitassem Lennon em Los Angeles, onde foram para a Disneylândia.

Julian começou a ver seu pai regularmente, e Lennon o deixou gravar uma parte de bateria em uma faixa de Walls and Bridges. Ele comprou para seu filho uma guitarra Gibson Les Paul e outros instrumentos, e encorajou seu interesse pela música demonstrando técnicas de acordes de guitarra. Julian lembra que ele e seu pai "ficaram muito melhores" durante o tempo que ele passou em Nova Iorque: "Nós nos divertimos muito, rimos muito e nos divertimos muito em geral."

Em uma entrevista da Playboy com David Sheff pouco antes de sua morte, Lennon disse: "Sean é uma criança planejada, e aí reside a diferença. Eu não amo Julian menos por isso. Ele ainda é meu filho, mesmo que tenha sido consequência de uma garrafa de uísque ou porque não existiam comprimidos naqueles dias. Ele está aqui, ele pertence a mim e sempre o fará."

Ele disse que estava tentando restabelecer uma conexão com o jovem de 17 anos, e confiantemente previu, "Julian e eu teremos um bom relacionamento no futuro". 


Após sua morte, foi revelado que ele havia deixado muito pouco a Julian em seu testamento.

Yoko Ono

Lennon e Ono em 1980

Lennon conheceu Yoko Ono em 9 de novembro de 1966 na Indica Gallery em Londres, onde a artista estava preparando sua exposição de arte conceitual. Eles se conheceram por intermédio do dono da galeria, John Dunbar.

Lennon ficou intrigado com "Hammer A Nail": os clientes martelavam um prego numa tábua de madeira, criando a peça de arte. Embora a exposição ainda não tivesse começado, Lennon queria pregar um prego na tábua limpa, mas Ono o deteve. Dunbar perguntou-lhe: "Você não sabe quem é este? Ele é um milionário! Ele pode comprá-lo".

De acordo com a lembrança de Lennon em 1980, Ono não tinha ouvido falar dos Beatles, mas ela concordou com a condição de que Lennon lhe pagasse cinco xelins, ao que Lennon respondeu: "Vou lhe dar cinco xelins imaginários e martelar um prego imaginário". Ono posteriormente relatou que Lennon havia dado uma mordida na maçã em exibição em sua obra Apple, para sua fúria.

Ono começou a telefonar e visitar Lennon em sua casa. Quando Cynthia pediu uma explicação, o músico disse que Yoko estava apenas tentando obter dinheiro para sua "besteira vanguardista". Enquanto sua esposa estava de férias na Grécia em maio de 1968, Lennon convidou Ono para visitá-lo.

Eles passaram a noite gravando o que se tornaria o álbum Two Virgins, depois do qual, segundo ele, "fizeram amor ao amanhecer". Quando a esposa de Lennon voltou para casa, encontrou Ono usando seu roupão de banho e tomando chá com ele, que simplesmente disse: "Oh, oi". Ono engravidou em 1968 e abortou uma criança do sexo masculino em 21 de novembro de 1968, algumas semanas após o divórcio de Lennon e Cynthia foi concedido.

Dois anos antes de os Beatles se separarem, o casal começou protestos públicos contra a Guerra do Vietnã. Eles se casaram em Gibraltar em 20 de março de 1969, e passaram a lua de mel no Hilton Amsterdam, fazendo campanha com uma Bed-In for Peace de uma semana. Eles planejaram outro Bed-In nos Estados Unidos, mas a entrada foi negada, então marcaram uma no Hotel Queen Elizabeth em Montreal, onde gravaram "Give Peace a Chance".

Eles frequentemente combinavam advocacia com arte performática, como em seu "Bagism", introduzido pela primeira vez durante uma coletiva de imprensa em Viena. Lennon detalhou este período na canção dos Beatles "The Ballad of John and Yoko". Lennon mudou seu nome em 22 de abril de 1969, acrescentando "Ono" como um nome do meio.

A breve cerimônia aconteceu no telhado do prédio da Apple Corps, onde os Beatles haviam realizado seu concerto no último andar três meses antes. Embora ele tenha usado o nome John Ono Lennon depois disso, documentos oficiais se referiam a ele como John Winston Ono Lennon, uma vez que ele não tinha permissão para revogar um nome dado no nascimento.

O casal se estabeleceu em Tittenhurst Park, em Sunninghill, Berkshire. Depois que Ono foi ferido em um acidente de carro, Lennon providenciou para que uma cama king-size fosse levada ao estúdio de gravação enquanto ele trabalhava no último álbum de estúdio dos Beatles, Abbey Road.

Ono e Lennon mudaram-se para Nova Iorque, para um apartamento na Bank Street, em Greenwich Village. Procurando por um lugar com melhor segurança, eles se mudaram em 1973 para o Dakota, mais seguro, com vista para o Central Park, na rua West 72.

May Pang

May Pang em 2002

A ABKCO Industries foi formada em 1968 por Allen Klein como uma empresa-guarda-chuva da ABKCO Records. Klein contratou May Pang como recepcionista em 1969. Através do envolvimento em um projeto com a ABKCO, Lennon e Ono a conheceram no ano seguinte. 


Ela se tornou sua assistente pessoal. Em 1973, depois de trabalhar com o casal por três anos, Ono confidenciou que ela e Lennon estavam se afastando.

Ela passou a sugerir que Pang deveria começar um relacionamento com o músico, dizendo-lhe: "Ele gosta muito de você". Surpresa com a proposta de Ono, Pang, no entanto, concordou em se tornar a companheira de Lennon. O casal logo partiu para Los Angeles, iniciando um período de 18 meses que ele mais tarde chamou de "fim de semana perdido".

Em Los Angeles, Pang encorajou Lennon a desenvolver contato regular com Julian, a quem ele não via há dois anos. Ele também reacendeu amizades com Starr, McCartney, o roadie dos Beatles, Mal Evans, e Harry Nilsson. Enquanto Lennon estava bebendo com Nilsson, ele entendeu mal algo que Pang havia dito e tentou estrangulá-la. Lennon cedeu apenas depois que foi fisicamente contido por Nilsson.

Em junho, o casal voltou para Manhattan em seu recentemente alugado apartamento de cobertura, onde prepararam um quarto vago para Julian quando os visitava. Lennon, que havia sido inibido por Ono a esse respeito, começou a restabelecer contato com outros parentes e amigos.

Em dezembro, ele e Pang estavam considerando comprar uma casa e ele se recusou a aceitar os telefonemas de Ono. Em janeiro de 1975, ele concordou em reencontrar Ono, que alegou ter encontrado uma cura seu tabagismo. Após a reunião, ele não conseguiu voltar para casa ou ligar para Pang. 


Quando Pang telefonou no dia seguinte, Ono disse a ela que Lennon não estava disponível porque estava exausto depois de uma sessão de hipnoterapia.

Dois dias depois, Lennon reapareceu em uma consulta dentária conjunta; Ele estava entorpecido e confuso de tal forma que Pang acreditava que ele havia sofrido uma lavagem cerebral. Lennon disse a Pang que sua separação de Ono estava acabada, embora Ono permitisse que ele continuasse a vê-la como sua amante.

Sean Lennon

Sean no evento Free Tibet em 1998

Ono já havia sofrido três abortos espontâneos em sua tentativa de ter um filho com John. Quando o casal se reuniu, ela engravidou novamente. Ela disse inicialmente que queria fazer um aborto, mas mudou de ideia e concordou em permitir que a gravidez continuasse, com a condição de que John adotasse o papel de marido de casa, o que ele concordou em fazer.

Após o nascimento de Sean, o subsequente hiato de Lennon da indústria da música duraria cinco anos. Ele fez um fotógrafo tirar fotos de Sean todos os dias de seu primeiro ano e criou numerosos desenhos para ele, que foram postumamente publicados como Real Love: The Drawings for Sean. 


Mais tarde, John orgulhosamente declarou:

"Ele não saiu da minha barriga, mas, por Deus, eu fiz seus ossos, porque eu assisti a todas as suas refeições, e como ele dorme, e ao fato de que ele nada como um peixe."

Outros Beatles

Lennon (esquerda) e os outros Beatles na sua chegada em Nova Iorque em 1964

Enquanto Lennon e Starr permaneceram consistentemente amigáveis durante os anos que se seguiram à separação dos Beatles em 1970, suas relações com McCartney e Harrison variaram. Ele ficou inicialmente próximo de Harrison, mas os dois se separaram depois que Lennon se mudou para os EUA em 1971.


Quando Harrison estava em Nova Iorque para sua turnê Dark Horse em dezembro de 1974, Lennon concordou em se juntar a ele no palco, mas não apareceu após uma discussão sobre a sua recusa em assinar um acordo que finalmente dissolveria a parceria legal dos Beatles.

Harrison depois disse que quando visitou Lennon durante seus cinco anos longe da música, ele sentiu que o amigo estava tentando se comunicar, mas seu vínculo com Ono o impedia. Harrison o ofendeu em 1980, quando publicou uma autobiografia que fez pouca menção a ele.

Lennon disse à Playboy: "Fiquei magoado com isso. Por uma omissão ... minha influência em sua vida é absolutamente zero ... ele se lembra de cada saxofonista ou guitarrista que conheceu nos anos seguintes. Eu não estou no livro."

Os sentimentos mais intensos de Lennon foram reservados para McCartney. Além de atacá-lo com a letra de "How Do You Sleep?", Lennon argumentou com ele através da imprensa por três anos após a separação do grupo. 


Os dois mais tarde começaram a restabelecer algo da amizade próxima que tinham, e em 1974, tocaram música juntos novamente antes de se separarem mais uma vez.

Durante a última visita de McCartney em abril de 1976, Lennon disse que assistiu ao episódio de Saturday Night Live no qual Lorne Michaels fez uma oferta de 3 mil dólares para que os Beatles se reunissem no programa. 


De acordo com ele, os dois consideraram ir ao estúdio para fazer uma aparição de brincadeira, tentando reivindicar sua parte do dinheiro, mas estavam cansados demais.

Lennon resumiu seus sentimentos em relação a McCartney em uma entrevista três dias antes de sua morte: "Ao longo da minha carreira, eu escolhi trabalhar com ... apenas duas pessoas: Paul McCartney e Yoko Ono ... Isso não foi uma escolha ruim."

Junto com sua alienação de McCartney, Lennon sempre sentiu uma competitividade musical com ele e manteve-se escutando suas músicas. Durante a pausa em sua carreira de 1975 até pouco antes de sua morte, de acordo com Fred Seaman, assistente do casal na época, Lennon se contentou em sentar enquanto McCartney produzia o que ele via como material medíocre.

Lennon tomou conhecimento quando McCartney lançou "Coming Up" em 1980, mesmo ano em que retornou ao estúdio. "Está quebrando minha cabeça!" ele se queixou de brincadeira, porque não conseguia tirar a melodia da cabeça.
Naquele mesmo ano, perguntaram a ele se o grupo era formado por inimigos temidos ou melhores amigos, e ele respondeu que não eram nenhum dos dois e que não via nenhum dos outros integrantes há muito tempo. 

Mas ele também disse: "Eu ainda amo esses caras. Os Beatles acabaram, mas John, Paul, George e Ringo continuam."

Ativismo político

Gravando "Give Peace a Chance" durante o Bed-In for Peace no Queen Elizabeth Hotel, em Montreal

Nossa sociedade é controlada por pessoas insanas com objetivos insanos. Acho que estamos sendo administrados por maníacos para fins maníacos e acho que sou passível de ser colocado como louco por expressar isso. Isso que é insano sobre isso.

— John Lennon

Lennon e Ono usaram sua lua de mel como Bed-In for Peace no Amsterdam Hilton Hotel; o evento de março de 1969 atraiu a ridicularização da mídia mundial. Durante um segundo Bed-In, três meses depois, no Hotel Queen Elizabeth em Montreal,
Lennon escreveu e gravou "Give Peace a Chance". 

Lançada como single, a canção foi rapidamente interpretada como um hino anti-guerra e cantada por um quarto de milhão de manifestantes contra a Guerra do Vietnã em Washington, DC, em 15 de novembro, o segundo dia da moratória do Vietnã. Em dezembro, eles pagaram por outdoors em 10 cidades ao redor do mundo que declararam, em idioma nacional, "A guerra acabou! Se você quiser".

Mais tarde naquele ano, o casal apoiou os esforços da família de James Hanratty para provar sua inocência. Hanratty foi enforcado em 1962. De acordo com Lennon, aqueles que condenaram Hanratty eram "as mesmas pessoas que estão correndo com armas para a África do Sul e matando negros nas ruas ...


Os mesmos bastardos estão no controle, as mesmas pessoas que estão controlando tudo, é toda a merda da cena burguesa." Em Londres, Lennon e Ono organizaram uma marcha da bandeira "Britain Murdered Hanratty" e "Silent Protest For James Hanratty", e produziram um documentário de 40 minutos sobre o caso. Em uma audiência de apelação anos mais tarde, a condenação de Hanratty foi confirmada após as provas de DNA serem compatíveis.

O casal mostrou sua solidariedade com o trabalho dos trabalhadores do Clydeside UCS em 1971 enviando um buquê de rosas vermelhas e um cheque de 5 mil libras. Ao se mudar para Nova Iorque em agosto daquele ano, eles fizeram amizade com dois dos Chicago Seven, os ativistas da paz do Yippie, Jerry Rubin e Abbie Hoffman.

Outro ativista político, John Sinclair, poeta e co-fundador do Partido dos Panteras Brancas, estava cumprindo dez anos de prisão por vender dois baseados de maconha após condenações anteriores por posse da droga.

Em dezembro de 1971, em Ann Arbor, Michigan, 15 mil pessoas compareceram ao "John Sinclair Freedom Rally", um protesto e concerto beneficente com contribuições de Lennon, Stevie Wonder, Bob Seger, Bobby Seale do Partido dos Panteras Negras e outros.

Lennon e Ono, apoiados por David Peel e Rubin, apresentaram um conjunto acústico de quatro músicas de seu álbum Some Time in New York City, incluindo "John Sinclair", cuja letra pedia sua libertação. 

No dia anterior à manifestação, o Senado de Michigan aprovou um projeto de lei que reduziu significativamente as penalidades pela posse de maconha e, quatro dias depois, Sinclair foi libertado por meio de uma apelação. A performance foi gravada e duas das faixas mais tarde apareceram em John Lennon Anthology (1998).

Após o incidente do Domingo Sangrento na Irlanda do Norte em 1972, no qual quatorze manifestantes dos direitos civis desarmados foram mortos a tiros pelo exército britânico, Lennon disse que, dada a escolha entre o exército e o IRA (que não estavam envolvidos no incidente), ele tomaria partido com o último.

O casal escreveu duas músicas que protestavam contra a presença britânica e ações na Irlanda para seu álbum Some Time in New York City: "The Luck of the Irish" e "Sunday Bloody Sunday". Em 2000, David Shayler, um ex-membro do serviço de segurança interna britânico MI5, sugeriu que Lennon havia dado dinheiro para o IRA, embora isso tenha sido rapidamente negado por Ono.

O biógrafo Bill Harry registra que, após o Domingo Sangrento, o casal apoiou financeiramente a produção do filme The Irish Tapes, um documentário político de cunho republicano.

De acordo com relatórios de vigilância do FBI, e confirmado por Tariq Ali em 2006, Lennon era simpático ao Grupo Marxista Internacional, um grupo trotskista formado no Reino Unido em 1968. No entanto, o FBI considerou que ele havia eficácia limitada como revolucionário, já que estava "constantemente sob a influência de narcóticos".

Em 1973, Lennon contribuiu com um limerick chamado "Por que é triste ser gay?" para o livro de Len Richmond The Gay Liberation Book.

O último ato de ativismo político de Lennon foi uma declaração em apoio aos notáveis trabalhadores das minorias sanitárias em São Francisco, em 5 de dezembro de 1980. Ele e Ono planejavam se juntar ao protesto dos trabalhadores em 14 de dezembro.

Tentativa de deportação

Após o impacto de "Give Peace a Chance" e "Happy Xmas (War Is Over)" sobre o movimento anti-guerra, o governo Nixon ouviu rumores sobre o envolvimento de Lennon em um concerto a ser realizado em San Diego ao mesmo tempo em que a Convenção Nacional Republicana e tentou que ele fosse deportado.

Nixon acreditava que as atividades anti-guerra do ativista poderiam lhe custar sua reeleição; O senador republicano Strom Thurmond sugeriu em um memorando de fevereiro de 1972 que "a deportação seria uma contra-medida estratégica" contra Lennon. 

No mês seguinte, o Serviço de Imigração e Naturalização dos Estados Unidos (INS) iniciou um processo de deportação, argumentando que sua condenação por porte de maconha em Londres, em 1968, o tornara inelegível para admissão nos Estados Unidos.

Lennon passou os próximos três anos e meio dentro e fora das audiências de deportação até 8 de outubro de 1975, quando um tribunal de apelações barrou a tentativa de deportação, afirmando que "os tribunais não tolerarão a deportação seletiva baseada em motivos políticos secretos". Enquanto a batalha legal continuava, o músico participou de comícios e fez aparições na televisão. 

Lennon e Ono co-organizaram o The Mike Douglas Show por uma semana em fevereiro de 1972, apresentando convidados como Jerry Rubin e Bobby Seale à América do Norte. Em 1972, Bob Dylan escreveu uma carta ao INS defendendo Lennon, afirmando:

John e Yoko acrescentam uma grande voz e dirigem-se à chamada instituição de arte do país. Eles inspiram, transcendem e estimulam e, ao fazê-lo, apenas ajudam os outros a enxergar pura luz e, ao fazê-lo, põem fim a esse gosto insípido do pequeno mercantilismo que está sendo passado como arte pela massiva mídia de massa. 


Um viva a John e Yoko. Deixe-os ficar e viver aqui e respirar. O país tem muito espaço. Deixe John e Yoko ficarem!

Em 23 de março de 1973, Lennon foi ordenado a deixar os EUA em 60 dias. A Ono, no entanto, foi concedida residência permanente. Em resposta, o casam deu uma conferência de imprensa em 1º de abril de 1973 na Associação de Advogados de Nova Iorque, onde anunciaram a formação do estado de Nutopia; um lugar "sem terra, sem fronteiras, sem passaportes, apenas pessoas".

Agitando a bandeira branca de Nutopia (dois lenços), eles pediram asilo político nos EUA. A conferência de imprensa foi filmada e apareceu no documentário de 2006 The U.S. vs. John Lennon. Logo após a conferência de imprensa, o envolvimento de Nixon em um escândalo político veio à luz, e em junho as audiências de Watergate começaram em Washington, DC. Isto levou a renúncia do presidente 14 meses depois.

Em dezembro de 1974, quando ele e membros de sua comitiva visitaram a Casa Branca, Harrison pediu a Gerald Ford, o sucessor de Nixon, para interceder sobre o assunto. A administração de Ford mostrou pouco interesse em continuar a batalha contra Lennon, e a ordem de deportação foi anulada em 1975. 


No ano seguinte, Lennon recebeu seu "green card" certificando sua residência permanente e, quando Jimmy Carter foi empossado como presidente em janeiro de 1977, Lennon e Ono compareceram ao Baile de Inauguração.

Vigilância do FBI e documentos desclassificados

Carta (aqui desclassificada e censurada) confidencial de J. Edgar Hoover sobre a vigilância do FBI sobre John Lennon

Após a morte de Lennon, o historiador Jon Wiener apresentou uma solicitação do Freedom of Information Act para arquivos do FBI que documentou o papel da Repartição na tentativa de deportação do músico. 


O FBI admitiu que tinha 281 páginas de arquivos sobre Lennon, mas se recusou a liberar a maioria deles, alegando que continham informações de segurança nacional. Em 1983, Wiener processou o FBI com a ajuda da União Americana pelas Liberdades Civis, do sul da Califórnia.

Foram necessários 14 anos de litígio para forçar o FBI a liberar as páginas retidas. A ACLU, representando Wiener, ganhou uma decisão favorável em seu processo contra o FBI no Nono Circuito em 1991.


O Departamento de Justiça dos Estados Unidos recorreu da decisão para a Suprema Corte em abril de 1992, mas o tribunal se recusou a rever o caso. Em 1997, respeitando a recém-instigada regra do presidente Bill Clinton de que os documentos deveriam ser retidos somente se liberá-los implicariam em "danos previsíveis", o Departamento de Justiça resolveu a maioria das questões pendentes fora do tribunal liberando todos, menos 10 dos documentos contestados.

Wiener publicou os resultados de sua campanha de 14 anos em janeiro de 2000. Gimme Some Truth: The John Lennon FBI Files continham cópias dos documentos, incluindo "longos relatórios de informantes confidenciais detalhando o cotidiano de ativistas anti-guerra, memorandos na Casa Branca, transcrições de programas de TV dos quais Lennon apareceu e uma proposta que o músico seja preso pela polícia local por acusações de drogas".

A história é contada no documentário The U.S. vs. John Lennon. Os dez documentos finais do arquivo do FBI sobre Lennon, que relatou seus laços com ativistas anti-guerra de Londres em 1971 e foram retidos como contendo "informações de segurança nacional fornecidas por um governo estrangeiro sob uma promessa explícita de confidencialidade", foram divulgados em dezembro de 2006. 


Eles não continham nenhuma indicação de que o governo britânico tivesse considerado Lennon como uma séria ameaça; Um exemplo do material divulgado foi um relato de que dois proeminentes esquerdistas britânicos esperavam que Lennon financiasse uma livraria de esquerda e uma sala de leitura.

Escrita e arte


O biógrafo dos Beatles, Bill Harry, escreveu que Lennon começou a desenhar e escrever com criatividade desde cedo com o incentivo de seu tio. Ele coletou suas histórias, poesias, desenhos animados e caricaturas em um livro de exercícios do Quarry Bank High School que ele chamou de Daily Howl. Os desenhos eram muitas vezes de pessoas aleijadas, e os escritos satíricos, e em todo o livro havia uma abundância de jogos de palavras.

De acordo com o colega de turma Bill Turner, ele criou o Daily Howl para divertir seu melhor amigo e, posteriormente, colega de Quarrymen Pete Shotton, a quem ele mostraria seu trabalho antes de deixar que mais alguém o visse. Turner disse que Lennon "tinha uma obsessão por Wigan Pier. Continuava surgindo" e, na história de Lennon, A cenoura em uma mina de batata, "a mina ficava no final de Wigan Pier." 

Turner descreveu como uma das charges de Lennon mostrava um sinal de ponto de ônibus anotado com a pergunta "Por quê?" Acima estava uma panqueca voadora e, abaixo, "um cego de óculos levando um cão cego – também usando óculos".

O amor de Lennon por jogos de palavras e bobagens com uma reviravolta encontrou um público mais amplo quando ele tinha 24 anos. Harry escreve que In His Own Write (1964) foi publicado depois que "Algum jornalista que estava por perto dos Beatles veio até mim e eu acabei mostrando a ele o material. Eles disseram: 


'Escreva um livro' e foi assim que surgiu o primeiro". Como o Daily Howl, ele continha uma mistura de formatos, incluindo contos, poesia, peças e desenhos. Uma história, "Good Dog Nigel", conta a história de "um cão feliz, urinando em um poste de luz, latindo, abanando o rabo – até que de repente ouve uma mensagem de que ele será morto às três horas".

The Times Literary Supplement considerou os poemas e as histórias "notáveis ... também muito engraçadas ... o nonsense é executado, palavras e imagens provocando umas às outras em uma corrente de pura fantasia". A Book Week relatou: "Isso é nonsense, mas é preciso apenas revisar a literatura para ver como Lennon o fez bem. 

Enquanto alguns de seus homônimos são jogos de palavras gratuitos, muitos outros têm não apenas duplo sentido, mas uma vantagem dupla." Lennon não só ficou surpreso com a recepção positiva, mas que o livro foi revisado, e sugeriu que os leitores "levaram o livro mais a sério do que eu mesmo. Apenas começou como uma risada para mim".

Em combinação com A Spanish in the Works (1965), In His Own Write formou a base da peça The John Lennon Play: In His Own Write, co-adaptada por Victor Spinetti e Adrienne Kennedy.

Após negociações entre Lennon, Spinetti e o diretor artístico do Royal National Theatre, Sir Laurence Olivier, a peça estreou no Old Vic em 1968. Lennon e Ono participaram da apresentação da noite de abertura, sua segunda aparição pública juntos. Em 1969, ele escreveu "Four in Hand", uma esquete baseada em suas experiências adolescentes de masturbação em grupo, para a peça de Kenneth Tynan, Oh! Calcutta!

Musicalidade

Composição

A parceria de Lennon/McCartney está por trás da maioria dos sucessos dos Beatles

Durante toda a carreira dos Beatles, Lennon assinou todas as suas composições como Lennon/McCartney, com seu parceiro fazendo o mesmo, independentemente de uma música ter sido escrita ou não em colaboração. Formada após o encontro dos dois músicos em 1957, a dupla escreveu suas primeiras canções durante as sessões na casa do Paul ou na de Lennon.

Não era incomum algum ter o título em mente; nesse caso, o outro adicionava os versos, compunha uma ponte ou um solo. Seus primeiros sucessos internacionais, "From Me to You", "She Loves You" ou "I Want To Hold Your Hand", foram escritos em total colaboração.

Composições desse tipo são mais comuns no início de suas carreiras. No caso em que a ideia original era de McCartney, Lennon costumava trazer um contraponto ao otimismo das canções de seu parceiro; portanto, acrescentava um toque de tristeza ou impaciência como em "We Can Work It Out" e "Michelle".

No conteúdo das letras, geralmente é mais provável que Lennon falasse sobre si mesmo e McCartney tivesse mais oportunidades de imaginar situações. Entre suas influências em termos de escrita, Lennon cita prontamente Bob Dylan, cujos textos o levaram a mais introspecção e análise de seus próprios sentimentos.

Gradualmente, John e Paul preferiram compor separadamente, o que não os impediu de se ajudarem e de complementarem suas canções. Em 1967, McCartney, adiciona uma transição em "A Day in the Life" de Lennon, enquanto eles desenvolvem juntos "With a Little Help from My Friends". Da mesma forma, "I've Got a Feeling" é uma mistura de músicas inacabadas pelos dois.

Além disso, se McCartney escreveu as canções mais populares do grupo ("Hey Jude", "Yesterday"), é Lennon quem está na origem das composições musicais mais bem-sucedidas ("Strawberry Fields Forever", "I Am the Walrus").

Após o fim da banda, Lennon de bom grado reconheceu ter escrito algumas canções "medíocres" para um propósito bastante mercadológico, como "Little Child" ou "Any Time at All". Com o tempo, começou a escrever músicas mais pessoais; "I'm a Loser" descreve seus sentimentos do momento.

Da mesma forma, ele compõe "Nowhere Man" enquanto se sente deprimido e "In My Life", onde se tornar uma estrela global aos 25 anos, virou-se com nostalgia pelo passado. 


Ele também expressa seus medos sobre sua vida amorosa em "Run for Your Life", onde ameaça matar sua esposa em caso de adultério, um ato que ele não se priva em turnê, ou "Don't Let Me Down", o doloroso grito de Lennon para Yoko Ono, pedindo que ela fique com ele.

Além disso, a partir de 1966, compôs canções com tons psicodélicos e textos cheios de bobagens. Outras criações, como "I Want You (She's So Heavy)" ou "You Know My Name (Look Up the Number)", são mais minimalistas em seus textos.

Se, dentro dos Beatles, John Lennon se permitiu apenas uma canção política ("Revolution"), ele inicia sua carreira solo com "Give Peace a Chance", um título de protesto pacifista. Seu engajamento político enredou sua discografia solo, com hinos como "Power to the People", "Imagine" e "Working Class Hero", ou canções que apoiavam várias causas. 


Em seu primeiro álbum, John Lennon/Plastic Ono Band, ele vira a página dos Beatles, citando-os, na canção "God", entre os símbolos nos quais ele não acredita mais.

As letras do álbum já contêm os temas que mais lhe serão preferidos, o estudo de si e de suas dúvidas e seu relacionamento com Yoko Ono, a quem ele dedica regularmente canções. Ele também tenta outras maneiras de escrever, menos convencionais: as "canções jornalísticas", escritas às pressas, no álbum Some Time in New York City; as canções de ninar ("Beautiful Boy", para seu filho Sean) ou as canções de Natal ("Happy Xmas (War Is Over)").

Amadurecido, Lennon é inspirado por suas leituras: portanto, "Mind Games" é uma referência a um livro de psicologia que trata da elevação da consciência. Ele também explora o feminismo, sob a influência de Ono, através de "Woman Is the Nigger of the World" e especialmente "Woman", que ele escreve depois de ler The First Sex, de Elizabeth Gould Davis.

Lennon também deixa de lado a nostalgia, mas resolve suas contas, às vezes com severidade, primeiro com Paul McCartney ("How Do You Sleep?"), antes de se voltar contra Allen Klein ("Steel and Glass"). Finalmente, ele não esquece suas raízes rock 'n' roll e ainda compõe alguns títulos nesse estilo, como "It's So Hard", que grava com o famoso saxofonista King Curtis.

Instrumentos tocados

Gibson Les Paul Junior de Lennon

Lennon tocou um órgão de boca durante uma viagem de ônibus para visitar seu primo na Escócia; a música chegou ao ouvido do motorista. Impressionado, o motorista lhe contou sobre uma gaita que poderia ter se fosse a Edimburgo no dia seguinte, onde uma havia sido guardada no depósito desde que um passageiro a deixara em um ônibus.

O instrumento profissional rapidamente substituiu o brinquedo de Lennon. Ele continuaria a tocar a gaita, muitas vezes usando o instrumento durante as turnês em Hamburgo dos Beatles, e tornou-se um som de assinatura nas primeiras gravações do grupo. Sua mãe o ensinou a tocar banjo, depois comprando para ele um violão. Aos 16 anos, tocou guitarra rítmica com os Quarrymen.

Como sua carreira progrediu, ele tocou uma variedade de guitarras elétricas, predominantemente a Rickenbacker 325, Epiphone Casino e Gibson J-160E, e, desde o início de sua carreira solo, a Gibson Les Paul Junior.

O produtor do Double Fantasy, Jack Douglas, afirmou que, desde os seus dias nos Beatles, Lennon habitualmente ajustava as cordas da mesma forma, então sua tia Mimi poderia dizer qual era a sua guitarra nas gravações. 


Ocasionalmente, ele tocava um baixo de seis cordas, o Fender Bass VI, oferecendo baixo em alguns números dos Beatles ("Back in the U.S.S.R.", "The Long and Winding Road", "Helter Skelter") que ocuparam McCartney com outro instrumento.

Seu outro instrumento de escolha foi o piano, no qual compôs muitas canções, incluindo "Imagine", descrito como seu trabalho solo mais conhecido. Sua jam em um piano com McCartney, em 1963, levou à criação do primeiro número 1 dos Beatles, "I Want to Hold Your Hand". 


Em 1964, ele se tornou um dos primeiros músicos britânicos a adquirir um teclado Mellotron, apesar de não ter sido ouvido em uma gravação dos Beatles até "Strawberry Fields Forever" em 1967.

Estilo vocal

Quando os Beatles gravaram "Twist and Shout", a faixa final durante a gigantesca sessão de um dia que produziu o álbum de estréia da banda em 1963, Please Please Me, a voz de Lennon, já comprometida por um resfriado, chegou perto de se acabar. Ele disse: "Eu não pude cantar a maldita coisa, eu estava apenas gritando".

Nas palavras do biógrafo Barry Miles, "Lennon simplesmente rasgou suas cordas vocais nos interesses do rock 'n' roll". O produtor dos Beatles, George Martin, conta como Lennon "tinha uma aversão inata de sua própria voz que eu nunca pude entender. Ele sempre dizia para mim: 'faça alguma coisa com a minha voz! ... coloque algo sobre ela ... Que pareça diferente'."

Com o fim dos Beatles e o começo de sua carreira solo, sua voz encontrou uma ampla gama de expressão. O biógrafo Chris Gregory escreve sobre Lennon "começando a expor suas inseguranças em várias baladas 'confessionais' conduzidas por acústica, iniciando assim o processo de 'terapia pública' que culminará nos gritos primitivos de "Cold Turkey" e do catártico John Lennon/Plastic Ono Band."

O crítico musical Robert Christgau chama isso de "a maior performance vocal de Lennon ... de gritos a gemidos, é modulada eletronicamente ... ecoada, filtrada e remixada." David Stuart Ryan nota que a entrega vocal de Lennon varia de "extrema vulnerabilidade, sensibilidade e até ingenuidade" a um estilo "áspero". Wiener também descreve contrastes, dizendo que a voz do cantor pode ser "a princípio subjugada; logo quase se quebra com desespero".

Ben Urish, historiador musical, lembra de ter ouvido a apresentação no Ed Sullivan Show dos Beatles de "This Boy" no rádio alguns dias depois do assassinato de Lennon:

"Quando os vocais de Lennon atingiram o auge ... doía muito ouvi-lo gritar com tanta angústia e emoção. Mas foram minhas emoções que ouvi em sua voz. Assim como eu sempre tive".
Legado

Estátua de Lennon fora do Cavern Club, Liverpool

Os historiadores musicais Schinder e Schwartz escreveram sobre a transformação dos estilos de música popular que ocorreram entre as décadas de 1950 e 1960. Eles disseram que a influência dos Beatles não pode ser exagerada: 


Tendo "revolucionado o som, o estilo e a atitude da música popular e aberto as portas do rock and roll a uma onda de rock britânico", o grupo então "passou o resto da década de 1960 expandindo as fronteiras estilísticas do rock".

Liam Gallagher e seu grupo Oasis estavam entre os muitos que reconheceram a influência da banda; ele identificou Lennon como um herói. Em 1999, ele nomeou seu primeiro filho Lennon Gallagher em sua homenagem.


No Dia Nacional da Poesia, em 1999, a BBC realizou uma pesquisa para identificar a letra de música favorita do Reino Unido e anunciou "Imagine" como a vencedora.

Em 1997, Yoko Ono e a BMI Foundation estabeleceram um programa anual de competição musical para compositores de gêneros musicais contemporâneos em homenagem à memória de John Lennon e seu grande legado criativo. Mais de 400 mil dólares foram concedidos através das Bolsas de Estudo John Lennon da Fundação BMI para jovens talentosos músicos nos Estados Unidos.

Em um artigo do The Guardian de 2006, Jon Wiener escreveu: "Para os jovens de 1972, foi emocionante ver a coragem de Lennon em se levantar contra [o presidente dos EUA] Nixon. Essa disposição de arriscar sua carreira e sua vida é uma das razões por que as pessoas ainda o admiram hoje.


"Para os historiadores musicais Urish e Bielen, o esforço mais significativo de Lennon foi "os auto-retratos ... em suas canções [com as quais] falou, por e sobre, a condição humana".

Patrimônio

"Imagine", a canção mais popular de Lennon, foi composta na sala reconstruída desta fotografia. O piano original usado na composição foi vendido para o cantor George Michael

Desde a morte de Lennon, Yoko Ono administra sua propriedade. Ela produz um grande número de álbuns póstumos do músico, a partir de gravações não publicadas. Quando, no final dos anos 1990, Paul McCartney pediu que "Yesterday" fosse creditada como "McCartney/Lennon" em vez de "Lennon/McCartney" na compilação 1, Ono recusou.

Ela também esteve envolvida, com os Beatles ainda vivos e a esposa de George Harrison, na produção de The Beatles: Rock Band e, em geral, nos interesses futuros do grupo. Ono também gerencia a imagem de seu marido, o que causou, em 2010, polêmica quando Lennon apareceu em um anúncio publicitário para a Citroën.

Itens pertencentes ao cantor também são vendidos em leilão. Assim, em 2000, o piano em que ele compôs a canção "Imagine" foi comprado por George Michael por mais de dois milhões de libras esterlinas.


Da mesma forma, em 2007, um colecionador britânico comprou um par de óculos que pertencia a Lennon, por uma quantia mantida em segredo.

Em 2010, o escrito original da canção "A Day in the Life" foi vendido por 1,2 milhão de dólares.

Em 2006, a revista Forbes anunciou que Lennon é a quarta pessoa falecida mais rica.

Em 2013, a Downtown Music Publishing assinou um contrato de administração de publicações para os EUA com Lenono Music e Ono Music, que abriga os catálogos de músicas de John Lennon e Yoko Ono, respectivamente.

Sob os termos do acordo, Downtown representa os trabalhos solo de Lennon, incluindo "Imagine", "Instant Karma (We All Shine On)", "Power to the People", "Happy Xmas (War Is Over)", "Jealous Guy", "(Just Like) Starting Over" e outros.

Reconhecimento e vendas

Estrela de John Lennon na Calçada da Fama de Hollywood, Los Angeles, Califórnia

Lennon continua a ser lembrado em todo o mundo e tem sido objeto de numerosos memoriais e homenagens. Em 30 de setembro de 1988, recebeu uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood no número 1750 da Vine Street.

Em 2002, o aeroporto na cidade natal de Lennon foi rebatizado como Aeroporto John Lennon de Liverpool.[375] Em 9 de outubro de 2007, foi inaugurada na Islândia a Torre Imagine a Paz, monumento dedicado a John Lennon e projetado por sua viúva, Yoko Ono. As luzes que compõem a torre ficam acessas todos os anos do dia 9 de outubro, dia em que o músico nasceu, ao dia 8 de dezembro, dia em que fora assassinado.


No que seria o 70º aniversário de Lennon em 2010, Cynthia e Julian Lennon estreiaram o Monumento da Paz John Lennon em Chavasse Park, Liverpool. A escultura, intitulada Peace & Harmony, exibe símbolos da paz e traz a inscrição "Paz na Terra para a Conservação da Vida, em honra de John Lennon 1940-1980". Em dezembro de 2013, a União Astronômica Internacional nomeou uma das crateras em Mercúrio em homenagem a Lennon.

A parceria de composição entre Lennon e McCartney é considerada uma das mais influentes e bem-sucedidas do século XX. Como intérprete, escritor ou co-escritor, Lennon teve 25 singles número um na Billboard Hot 100 dos EUA. Suas vendas de álbuns ao redor do mundo já passam de 72 milhões de unidades.

Double Fantasy foi seu álbum solo mais vendido,] com três milhões de remessas nos EUA. Lançado pouco antes de sua morte, ganhou o Grammy Award para Álbum do Ano em 1981. No ano seguinte, o BRIT Awards de excelente contribuição para a música foi dado a Lennon.

Vários filmes foram feitos sobre Lennon após sua morte. Assim, um telefilme, Two of Us, encena um encontro entre Lennon e McCartney em Nova Iorque, após a separação dos Beatles.[390] Vários filmes também exploram o assassinato do músico, como The Killing of John Lennon e Capítulo 27 - O Assassinato de John Lennon, ambos lançados em 2007.

Neste último, Lennon é interpretado por Mark Lindsay Chapman, homônimo de seu assassino. Em 2009, o início de carreira de Lennon nos Quarrymen é recontada no filme Nowhere Boy, cujo lançamento nos EUA foi programado para comemorar o 70º aniversário do cantor, em outubro de 2010. No filme Yesterday (2019), foi interpretado pelo ator Robert Carlyle. Ele aparece em uma realidade paralela onde nunca foi famoso, aos 78 anos.

Também foram feitos documentários sobre o cantor, como Imagine: John Lennon, em 1988, composto por imagens de arquivo e trechos de entrevistas e The U.S. vs. John Lennon em 2006, que conta a história das tentativas de deportação por Richard Nixon na década de 1970.

 2019, John and Yoko: Above Us Only Sky, dirigido por Micheal Epstein, foi transmitido pela A&E nos EUA e pelo Channel 4 na Inglaterra. Este documentário explora principalmente o ano de 1971 e a gravação do álbum Imagine.

Os participantes de uma pesquisa da BBC de 2002 votaram nele como o oitavo dentre os "100 maiores britânicos". Entre 2003 e 2008, a Rolling Stone reconheceu Lennon em vários reviews de artistas e música, classificando-o em quinto de "100 Melhores Cantores de Todos os Tempos" e 38º de "100 Maiores Artistas de Todos os Tempos", e seus álbuns John Lennon/ Plastic Ono Band e Imagine, 22° e 76°, respectivamente, dos "500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos da Rolling Stone".

Foi considerado o 55º melhor guitarrista de todos os tempos também pela revista Rolling Stone. Ele foi nomeado membro da Ordem do Império Britânico (MBE) com os outros Beatles em 1965 (mas devolveu o prêmio em 1969). Em 1971, os Beatles receberam um Oscar de Melhor Trilha Sonora pelo filme Let It Be.

Eles foram incluídos coletivamente na compilação da revista Time das 100 pessoas mais influentes do século XX. Em 2014, receberam o Grammy Lifetime Achievement Award.

Lennon foi postumamente introduzido no Songwriters Hall of Fame em 1987[412] e no Rock and Roll Hall of Fame em 1994.

Discografia

Unfinished Music No. 1: Two Virgins (com Yoko Ono) (Apple, 1968)

Unfinished Music No. 2: Life with the Lions (com Yoko Ono) (Zapple, 1969)

Wedding Album (com Yoko Ono) (Apple, 1969)

John Lennon/Plastic Ono Band (Apple, 1970)

Imagine (Apple, 1971)

Some Time in New York City (com Yoko Ono) (Apple, 1972)

Mind Games (Apple, 1973)

Walls and Bridges (Apple, 1974)

Rock 'n' Roll (Apple, 1975)

Double Fantasy (com Yoko Ono) (Geffen, 1980)

Milk and Honey (com Yoko Ono) (Geffen, 1984)

Filmografia

Os Beatles em um trecho do trailer do filme Help!. John Lennon está à frente, seguido por Paul McCartney e George Harrison

A primeira incursão do Fab Four ao cinema data de 1964, com A Hard Day's Night, dirigido por Richard Lester.


Este documentário paródico em preto e branco mostra como os Beatles viviam em plena Beatlemania. 

No entanto, a representação da loucura que os cerca é diluída porque, na realidade, os quatro Beatles estavam começando a viver cada vez mais loucamente, especialmente Lennon.

Ele gradualmente afunda-se em uma dor emocional, que ele transpõe em sua canção "Help!", ponto de partida do filme com o mesmo nome, novamente feito por Lester em 1965. 


Desta vez, o filme é colorido e a história é totalmente fictícia: os Beatles são perseguidos por uma seita hindu que busca recuperar um anel de sacrifício que Ringo usa no dedo. A crítica não aprovou o filme em seu lançamento.

Em agosto de 1966, a Beatlemania assumiu uma escala assustadora e perigosa, frustrando a banda. Eles decidem parar de fazer turnês e parar de tocar em público. Lennon não vê bem essa decisão que, para ele, significa o fim dos Beatles. Ele tenta encontrar outra solução e aceita um papel de soldado no filme How I Won the War, ainda produzido por Lester e lançado em 1967.

Durante as filmagens, ele compôs "Strawberry Fields Forever", um dos singles dos Beatles daquele ano. Depois de Sgt. Pepper's, o grupo, sob a direção de Paul McCartney, embarca em um filme produzido pelos próprios integrantes. O resultado é Magical Mystery Tour, produzido em colaboração com Bernard Knowles e publicado no final de 1967.


O filme encena os Beatles em uma viagem de ônibus psicodélica, acompanhada por uma reunião desorganizada de atores selecionados aleatoriamente. Acabou por ser um fracasso de crítica e público. As canções do filme, reunidas no EP duplo Magical Mystery Tour, seguem a mesma veia psicodélica que as de Sgt. Pepper's.

Após esse primeiro fracasso crítico e comercial e seu encontro com Yoko Ono, Lennon tenta sair dos Beatles e, no final de 1968, participa de The Rock and Roll Circus, um programa musical organizado pelos Rolling Stones.

Anteriormente, ele deveria estar envolvido com o grupo no filme de animação Yellow Submarine, dirigido por George Dunning. Mas os Beatles, desinteressados no projeto, não emprestam suas vozes e se dedicam exclusivamente a fornecer um punhado de canções, coletadas posteriormente no álbum de mesmo nome.

O último filme de John com os Beatles é um testemunho da separação do grupo. No início de 1969, a banda teve que fazer um último filme para respeitar seu contrato com a United Artists, embora não tivesse mais o desejo de fazer uma comédia.

Por isso, decidiram filma-los em ensaio, para um concerto final no telhado dos escritórios da Apple. No entanto, as tensões são evidentes durante as filmagens e são refletidas no filme. Os Beatles esperaram um ano antes de lança-lo, pois estavam insatisfeitos com o resultado.

Let It Be, dirigido por Michael Lindsay-Hogg, foi lançado em 1970, pouco antes do álbum homônimo. Quando foi lançado, o grupo já havia se separado.

Em 1968, algum tempo antes dos Beatles se separarem, Yoko Ono iniciou Lennon em curtos filmes experimentais. O casal produziu mais de trinta até 1972. 


A maioria consiste em trechos de concertos e clipes filmados, enquanto outros têm um conceito bem definido, por exemplo, Self-Portrait, que mostra o pênis de John na fase de ereção, e Erection, que apresenta em time lapse, a construção do International Hotel London.

Notas

Lennon mudou seu nome em 22 de abril de 1969, acrescentando "Ono" como um nome do meio. Embora ele tenha usado o nome John Ono Lennon depois, documentos oficiais se referiam a ele como John Winston Ono Lennon, uma vez que ele não tinha permissão para revogar um nome dado no nascimento conforme o estatuto britânico.

Em 2005, o National Postal Museum, nos EUA, adquiriu uma coleção de selos que Lennon reunira quando menino.

Lennon suavizou sua postura em meados da década de 1970 e disse que escreveu "How Do You Sleep?" sobre si mesmo. Em 1980, ele disse que ao invés da música que representa uma "vingança terrível e horrível" contra McCartney, "eu usei meu ressentimento e me retirei de Paul e dos Beatles, e o relacionamento com Paul, para escrever 'How Do You Sleep'. Eu realmente não andava com esses pensamentos na minha cabeça o tempo todo."

Uma versão alternativa de "I'm the Greatest", com Lennon cantando um guia vocal, aparece em John Lennon Anthology.

"Imagine" liderou a parada de singles dos EUA compilada pela revista Record World, no entanto, em 1981

Em agosto de 2018, seu pedido de liberdade condicional foi negado pela décima vez.

De acordo com McCartney, ele mesmo conheceu Ono algumas semanas antes deste evento, quando ela o visitou na esperança de obter um manuscrito de canções de Lennon-McCartney para um livro em que John Cage estava trabalhando, Notations. McCartney se recusou a lhe dar qualquer um dos seus manuscritos, mas sugeriu que Lennon poderia conceder. Quando perguntado, ele deu a Ono a letra original de "The Word".

Lennon acabou assinando os papéis enquanto estava de férias na Flórida com Pang e Julian.

O álbum Mind Games (1973) incluía a faixa "Nutopian International Anthem", que consistia em três segundos de silêncio.

Lennon foi responsável por 25 singles número um do Billboard Hot 100 como intérprete, escritor ou co-escritor.
Solo (2): "Whatever Gets You thru the Night", "(Just Like) Starting Over".

Com os Beatles (20): "Can't Buy Me Love", "I Feel Fine", "I Want to Hold Your Hand", "Love Me Do", "She Loves You", "A Hard Day's Night", "Eight Days a Week", "Help!", "Ticket to Ride", "Yesterday", "Paperback Writer", "We Can Work It Out", "All You Need Is Love", "Hello, Goodbye", "Penny Lane", "Hey Jude", "Something"/"Come Together", "Get Back", "Let It Be", "The Long and Winding Road"/"For You Blue".

Como co-escritor e intérprete de lançamentos de outro artista (2): "Fame" (David Bowie), "Lucy in the Sky with Diamonds" (Elton John).

Como co-escritor de lançamentos de outros artistas (1): "A World Without Love" (Peter & Gordon).


VÍDEOS:

Stand By Me - John Lennon (official music video)

Woman - John Lennon (official music video)

John Lennon - Imagine (Legendado)

John Lennon - Mother (Live) (HD)

God - John Lennon (legendado)

Nobody Told Me - John Lennon (official music video)

Give Peace A Chance - Plastic Ono Band (official music video)
Watching The Wheels - John Lennon (official music video)
John Lennon Happy Christmas Tradução
(Just Like) Starting Over - John Lennon (official music video)
John Lennon - Live in Madison Square Garden (1972 )
The Best Of John Lennon - John Lennon Album Playlist 2017

FONTE: WIKIPÉDIA

AUTOR: GUGUSONGS
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